Passados os feriados da Paixão de Cristo e de Tiradentes, a Câmara Municipal de São Paulo retomou os trabalhos do Plenário nesta terça-feira (22/4). Na parte da tarde, em Sessão Ordinária, os vereadores da Casa discutiram temas de livre escolha. Cada parlamentar que aproveitou o espaço de fala teve de cinco a quinze minutos para manifestação.
Papa Francisco
A morte do papa Francisco, aos 88 anos, na madrugada de segunda-feira (21/4), rendeu homenagens ao longo da sessão. Após um minuto de silêncio em respeito ao pontífice, diversos vereadores prestaram condolências ao líder da Igreja Católica.
O 1° vice-presidente da Câmara, vereador João Jorge (MDB), se solidarizou com a passagem do pontífice. O parlamentar lembrou que ele ficou à frente do Vaticano por 12 anos, desde março de 2013. João Jorge destacou ainda que Mario Jorge Bergoglio, o papa Francisco, nasceu na Argentina, sendo o primeiro papa latino-americano. “Defendeu os pobres e abriu o diálogo com outras religiões cristãs e não cristãs”.
“O prefeito Ricardo Nunes anunciou que irá denominar o novo CEU (Centro Educacional Unificado), que será inaugurado nas próximas semanas em Sapopemba, como Papa Francisco”, falou João Jorge.
Líder do governo na Câmara, o vereador Fabio Riva (MDB) agradeceu aos ensinamentos do papa. De acordo com Riva, Francisco deixou um legado importante para a nação, pregando o amor, o respeito e a tolerância. “Sempre ao lado dos mais fracos, sempre em defesa dos pobres, sempre em defesa dos excluídos, sem pompa, sem grandes requintes”.
“Francisco era mais que um papa, era alguém vocacionado a levar a maior mensagem de Jesus: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo”, disse Fabio Riva.
Para a vereadora Sandra Santana (MDB), “sem sombra de dúvidas, foi uma perda em nível mundial muito grande”. Segundo a parlamentar, “vimos como o papa conduziu a Igreja ao longo destes anos, com uma abertura de diálogo de forma democrática”.
Já a vereadora Renata Falzoni (PSB) disse que o papa Francisco trouxe temas importantes para a pauta de discussões. “A questão das mudanças climáticas , o quanto ela está associada à desigualdade social”. O vereador Nabil Bonduki (PT) também falou sobre o líder da Igreja Católica. “Ao assumir o nome Francisco, ele estava homenageando Francisco de Assis, que fez da sua vida uma delegação para cuidar dos pobres”.
Ainda sobre a morte do papa Francisco, o vereador Senival Moura (PT) subiu à tribuna do Plenário 1° de Maio para homenagear o religioso. “A liderança do papa Francisco foi muito importante não só para os fieis católicos, mas para o mundo todo. Ele foi um defensor incansável dos pobres e vulneráveis. O papa Francisco nos inspirou com a sua humildade”.
Da bancada do PT, a vereadora Luna Zarattini (PT) foi outra parlamentar a se manifestar. “Perdemos um grande líder”. Zarattini ressaltou a luta do papa Francisco pelas desigualdades e pela injustiça social. “O papa Francisco sempre se colocou diante destas questões e se posicionou diante de diversos ataques, defendendo a liberdade, defendendo a diversidade”.
O vereador Celso Giannazi (PSOL) aproveitou o espaço para também homenagear o papa. “O papa Francisco revolucionou, nesse período que ele ficou à frente da Igreja Católica, fez um trabalho em defesa dos mais pobres, em defesa da comunidade LGBTQIA +, dos humildes do nosso planeta, em defesa do meio ambiente”.
A vereadora Janaina Paschoal (PP) afirmou que papa Francisco foi “um exemplo para todos nós”. A parlamentar considera que o pontífice colaborou com a pluralidade de todo o mundo. “Tenho um reconhecimento muito grande pelo papa Francisco, mesmo antes de ser papa, como Jorge Bergoglio, porque ele sempre pautou a sua atividade à frente da Igreja por meio do diálogo”.
Outros assuntos
Além da repercussão da morte do papa Francisco, outros temas entraram na pauta de discussão dos vereadores. Entre os assuntos, destaque para a mobilidade urbana. O vereador Paulo Frange (MDB) explicou que em 2010, ele apresentou um projeto pedindo a criação de um conselho municipal para tratar dos acidentes de trânsito e transporte. De acordo com o parlamentar, a matéria foi aprovada em 2014, porém foi vetada pelo governo da época.
Frange disse que apresentou novamente a proposta para reiniciar o debate. O objetivo, segundo o vereador, é reunir diferentes setores da sociedade para discutir periodicamente os problemas causados no trânsito da cidade. “Precisamos identificar o que é responsabilidade do Poder Público de regularizar esses espaços – ou de sinalizar – ou de encontrar pontos de redução de velocidade e o que é problema de condutor”.
“Também temos que forçar as blitz para reduzir o consumo de álcool no volante, que continua alto apesar do esforço do governo em tentar coibir”, disse Paulo Frange. “Completou 15 anos que eu discuto essa matéria, mas ela continua atual, continua moderna”.
Da tribuna, a vereadora Cris Monteiro (NOVO) falou sobre educação financeira nas escolas públicas. A parlamentar apresentou dados para demonstrar a importância de incluir a disciplina na grade curricular dos alunos. “O Pisa (Programa Internacional de Avaliação Estudantil) diz que metade dos estudantes não possui conhecimento básico em finanças. Aqui na cidade de São Paulo, 95% dos alunos do ensino fundamental não sabem fazer contas básicas de matemática”.
“Um outro dado que eu acho relevante é que nos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os mais ricos do mundo, mais de 82% dos adolescentes têm conhecimento adequado em educação financeira”, disse Cris. “Uma criança e um jovem que aprendem isso, eles levam para dentro de casa, em particular nas famílias de baixa renda”.
Próxima sessão
A próxima Sessão Plenária está convocada para esta quarta-feira (23/4), às 15h. A Câmara Municipal de São Paulo transmite a sessão, ao vivo, por meio do Portal da Câmara, no link Plenário 1º de Maio, do canal Câmara São Paulo no YouTube e do canal 8.3 da TV aberta digital (TV Câmara São Paulo).
Assista à sessão desta terça.