Orçamento 2026: saúde, mobilidade e pessoa idosa são destaques em Audiência Pública na zona sul

Por: ELYS MARINA
DA REDAÇÃO

15 de novembro de 2025 - 16:32
Audiência sobre Orçamento 2026 e PPA 2026-2029, realiza em 15 de novembro de 2025 pela Comissão de Finanças e Orçamento. Foto de bancada com dez pessoas sentadas - entre vereadores e outras autoridades - diante de plateia em auditório. Painel exibe “Orçamento 2026”. Ambiente fechado, iluminação clara e público atento. Estilo documental e composição nítida.Douglas Ferreira | REDE CÂMAR

Neste sábado (15/11), a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo promoveu a última Audiência Pública regional sobre os projetos do orçamento de 2026 e do PPA (Plano Plurianual) 2026-2029. O debate, que reuniu vereadores, representantes do Poder Executivo e população, teve como foco a zona sul da cidade e foi realizado na Faculdade Uni Ítalo, em Santo Amaro.

Foi uma manhã com intensa participação popular para a apresentação de demandas junto à Secretaria de Planejamento e Eficiência e as nove Subprefeituras da zona sul de São Paulo: Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Ipiranga, Jabaquara, M’Boi Mirim, Parelheiros, Santo Amaro e Vila Mariana.

De acordo com a proposta inicial- prevista no PL (Projeto de Lei) 1169/2025, o orçamento da cidade – que determina as despesas e receitas do município – está estimado em R$ 135,4 bilhões, para o ano que vem. Este total representa um aumento de 7,79% em relação ao valor atual, de R$ 125,6 bilhões. Já o PL 1168/2025 – referente ao PPA (Plano Plurianual) – prevê investimentos na ordem de R$ 583,7 bilhões. Os valores podem sofrer alterações durante a tramitação da proposta na Câmara.

Executivo

Logo no início, a Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento e Eficiência), representada pelo secretário adjunto Vicente Calvo, apresentou uma visão geral de despesas do orçamento da cidade para 2026 nas principais áreas. Em educação, estão sendo propostos R$ 30,56 bilhões, seguido de saúde, com R$ 25,43 bilhões; urbanismo, R$ 16,8 bilhões; transporte, R$ 9,94 bilhões; habitação R$ 5,65 bilhões; na assistência social, R$ 2,97 bilhões; segurança pública, R$ 1,92 bilhão; saneamento, R$ 1,46 bilhão; e cultura, R$ 1,16 bilhão.

Outro ponto reforçado foi que o orçamento conta com uma verba destinada às emergências climáticas de R$ 122,2 bilhões no próximo quadriênio, sendo R$ 28,8 bilhões para o ano que vem.

Além disso, o secretário adjunto explicou a importância do Orçamento Cidadão de R$ 10 milhões para cada Subprefeitura da zona sul. São R$ 10 milhões de um total previsto de R$ 25,7 bilhões. Esse processo é construído pelo Executivo ainda na fase de elaboração da peça orçamentária, antes da chegada da proposta ao Legislativo no mês de setembro.

São Audiências Públicas específicas, onde a população faz propostas e participam de uma votação popular. As pautas vencedoras passam por uma avaliação de viabilidade técnica, econômica e jurídica para uma projeção de implementação: “A gente está abrindo uma oportunidade para que a população possa dizer exatamente onde é que o sapato aperta, onde tem a pedra, onde tem o caminho, onde tem o buraco. É só com o auxílio da população e de quem está ali no território, quem sabe onde está de fato os problemas mais urgentes que precisam de uma solução mais urgente ou mais relevante”, finalizou Calvo.

A apresentação completa pode ser conferida neste link.

Participação Popular 

A sociedade civil se fez presente com várias reivindicações e questionamentos. Da região do M’ Boi Mirim, Benilton Lopes, do Instituto Projeto Social, falou das dificuldades da população de baixa renda com relação a rede elétrica e de distribuição da água. “A Enel colocou o relógio de medidor na periferia. Porém ela não está querendo a responsabilidade de fazer a manutenção. Estão todos danificados e ali a população não tem condições. E a Sabesp colocou hidrômetro e cobra a tarifa de esgoto e de água da população de baixa renda e no córrego que tem na travessa Amélia Kerr, esse córrego transborda e essa água suja de esgoto retorna para a casa dos munícipes”.

Já Severino Firmino do CPM (Conselho Participativo Municipal) Campo Limpo, trouxe demandas na área da saúde. “A minha reivindicação é um hospital municipal do Campo Limpo que atenda Capão Redondo, Vila Andrade e o próprio Campo Limpo. Vai desafogar o Hospital Campo Limpo, vai desafogar as AMAs e vai desafogar as UPAs. O fluxo aumentou, a população aumentou e as UBSs continuam a mesma coisa, com o mesmo quadro de atendentes”.

Os idosos estiveram em pauta na manifestação da Maria Inácia Farah, do Fórum da Cidadania da Pessoa Idosa de Vila Marina. Maior estrutura na atenção básica e nos serviços de assistência social foram as principais solicitações. “O que nós precisamos é melhorar a atenção básica da saúde para a pessoa idosa porque é através da avaliação multidimensional da pessoa idosa que a gente tem o levantamento dos dados para solicitar os equipamentos que a gente precisa tanto para a saúde como para assistência social”.

Outra região que se fez presente foi a do Jabaquara. Claudio Ferreira da Silva representou a Associação “Amigos de Santa Catarina” e se queixou da mobilidade, com a necessidade de uma passarela para desafogar o congestionamento de carros e falou também do transporte coletivo. “Um terminal de ônibus na região da Cupecê porque é muito difícil ter um ônibus adequado, sem superlotação”.

Vereadores

O vereador Jair Tatto (PT), presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, destacou que demandas como saúde, mobilidade e segurança, entre outras apresentadas nas falas da população que participou do debate podem ser atendidas. “É melhorar esse orçamento das Subprefeituras, verificando os territórios, as características, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada Subprefeitura. Se construir um relatório bem diferente do que veio do Executivo e devolvendo com mais valores e com a atuação do Conselho Municipal Participativo, que é eleito pela população junto com o subprefeito e o corpo técnico das Subprefeituras, acho que a população terá uma visão melhor do próprio Poder Executivo, que tem condições de atender melhor a população que tanto sofre na cidade de São Paulo”.

Relator do projeto do orçamento, o vereador Marcelo Messias (MDB)  comentou que vai trabalhar para que as solicitações dos munícipes sejam estudadas e, na medida do possível, incluir em um texto substitutivo. “A zona sul é uma região muito populosa, assim como a zona leste, várias demandas principalmente na saúde e vamos trabalhar juntamente com o Executivo e os outros vereadores para atender a maior demanda possível das pessoas que vieram até aqui, que querem uma cidade melhor”.

Para o vereador Dheison Silva (PT), o orçamento não é suficiente para atender a região e complementou: “O conjunto das falas, se a gente pudesse resumir, é que eles não tem a percepção desse aumento do orçamento na vida deles no dia a dia, na rua em que eles moram, na UBS que eles frequentam, na escola dos filhos. Eu acho que é esse sentimento que a gente precisa transformar em realização do orçamento de 2026”.

Já o relator do PPA, vereador Silvinho leite ( UNIÃO), defendeu uma autonomia maior para as Subprefeituras, com serviços descentralizados. “Nós temos demandas aqui que são soluções de pequeno, médio e longo prazo. Secretaria do Idoso, por exemplo, já se faz necessária há muito tempo ter uma secretaria específica. Só que nós não podemos dizer que nós vamos criar essa secretaria do dia para a noite. Vai ser uma discussão muito grande com o Executivo para podermos providenciar isso. São discussões que nós vamos conseguir fazer ao longo de 3, 4 anos. Mas com certeza vamos conseguir tirar do papel”.

A Audiência Pública do Orçamento 2026 foi conduzida pelo presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Jair Tatto (PT). Além dos vereadores Marcelo Messias (MDB) – relator do Orçamento de 2026 –, Silvinho Leite (UNIÃO) – relator PPA (2026-2029), e do vereador Dheison Silva (PT), o debate contou com a participação também do vereador João Ananias (PT) e de representantes de todas as Subprefeituras da região.

Acesse o hotsite do orçamento 2026 para conferir todas as informações sobre o projeto e veja como participar das discussões. A íntegra da Audiência Pública pode ser conferida aqui.

Confira também o álbum de fotos, disponível no Flickr da CMSP. Crédito: Douglas Ferreira | REDE CÂMARA SP

Audiência Pública Temática da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento - Câmara Municipal de São Paulo - Foto Douglas Ferreira

 

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