A Subcomissão de Juventude, ligada à Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Municipal de São Paulo, abordou durante a reunião desta quarta-feira (4/6) o programa Rede Daora, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa. O modelo, que potencializa a criatividade e prepara jovens para o mercado de trabalho, está paralisado desde o início deste ano.
O programa tem o objetivo de abrir caminhos para jovens potências, com formação cultural e acesso às ferramentas criativas. “Criar quatro pólos para o protagonismo e desenvolvimento da autonomia, respeito pela diversidade e fomento à inserção produtiva de modo que os jovens possam construir diferentes alternativas para seus projetos de vida”, afirma a pasta de Cultura.
Durante o encontro, Rogério Custódio, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, declarou que o programa que formou mais de três mil jovens sofreu uma interrupção devido a questões administrativas. “O problema ocorreu em função da prestação de contas. Elas precisam ser cumpridas e havia inconsistências, logo foi instalada uma comissão para averiguar as contas e ela entendeu que o ideal era suspender o programa. Até o fim do semestre, pretende-se concluir a análise e só aí teremos um posicionamento se o contrato retoma ou não este ano.”
Integrante da Subcomissão de Juventude, o vereador Marcelo Messias (MDB), fez diversos questionamentos sobre a paralisação do programa. “Já se perderam seis meses e pelo que entendi o programa Rede Daora não volta agora, talvez nem retorne este ano, é um absurdo. Precisa ser rápido, não podemos aguardar até o ano que vem, vou cobrar.”
O representante da secretaria destacou ainda que os programas exclusivos voltados a jovens atingem apenas entre 1,5 a 2 mil pessoas desta faixa etária em São Paulo. O número foi questionado pelos integrantes do colegiado. “Sentimento de tristeza, saber que temos 2 milhões de jovens em São Paulo, uma secretaria tão importante com R$ 1 bilhão de orçamento e atender uma porcentagem bem pequena. Vamos conversar com os responsáveis para cuidar melhor dos jovens”, declarou Marcelo Messias.
Rogério Custódio respondeu na sequência. “Isoladamente é pouco sim, mas dentro de um contexto de políticas públicas da cidade não estamos devendo. Tem que observar o atendimento em alta a jovens em vulnerabilidade social na assistência social, políticas indígenas e de gênero, programas da Adesampa e da Spcine. A Secretaria de Cultura é parte deste organismo, com política sólida e consistente para a juventude da cidade. Estamos muito longe de atender toda a população jovem, precisamos ampliar o atendimento, mas quando olhamos para um todo asseguro que atingimos boa parte via políticas públicas”, justificou.
Participação de jovens
A reunião da Subcomissão da Juventude abriu espaço para que jovens participassem e tivessem a palavra. Jonathan Sales, do movimento Juventudes Potentes, explicou como o grupo realiza atividades nos territórios. “É um programa global de inclusão produtiva de jovens. Temos um trabalho direto em territórios para transformar e potencializar o que já é feito ao trabalhar a inclusão de jovens no mundo do trabalho e educação por meio da articulação entre empresas, governos, ONGs e escolas.”
Já Yasmim Loiola, do núcleo jovem do Juventudes Potentes, contextualizou as explicações da pasta de Cultura. “As estatísticas não atendem todos, um dado muito preocupante em torno do atendimento de jovens na cidade. Quantas pessoas precisam de apoio e não são atingidas. Ainda pedi para que espaços já existentes nas comunidades, como ONGs e escolas, possam ser melhor aproveitados.”
Participaram da reunião, que pode ser conferida no vídeo abaixo, os parlamentares: Marcelo Messias (MDB) e Ana Carolina Oliveira (PODE).