A Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento Do Turismo, do Lazer, da Gastronomia, da Hospitalidade e dos Eventos debateu na reunião desta terça-feira (27/5), a regularização e os impactos das locações Arbinb na capital paulista. O colegiado também assistiu à apresentação do balanço dos eventos realizados e previstos para este ano e ainda uma visão sobre o potencial turístico dos parques municipais.
Abrindo a reunião, a gerente de planejamento e promoção ao turismo da SPTuris (São Paulo Turismo), Fernanda Ascar, apresentou os dados do balanço e falou sobre os 64 eventos estratégicos definidos para 2025 através de uma comissão intersecretarial. Dentre os eventos estão o carnaval de rua, feiras de negócios, shows, Virada Cultural, Marcha para Jesus, São Paulo Fashion Week, Comic Con CCXP, entre outros.
Ainda segundo Ascar, o carnaval de rua da capital paulista contou com um aumento de aproximadamente 75% na quantidade de turistas referente ao ano passado. Outro dado apresentado foi o gasto médio dos turistas que girou em torno de R$ 1.141,14. Já os moradores da cidade tiveram um gasto médio de R$ 146,05. “O carnaval é um evento grandioso de destaque que passa a ser não somente para a população de São Paulo como também para os turistas”, disse.
Para o presidente da Comissão, vereador Gilberto Nascimento (PL), a apresentação traz um panorama dos eventos de grande potencial na cidade. “Temos eventos nas mais diferentes versões e de maneira heterogenia e com isso a gente vê o potencial de São Paulo”, ressaltou.
Parques municipais
Outro tema abordado pelo colegiado foram os parques municipais dentro do segmento do turismo. Representando a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Juliana Summa, falou sobre as visitações nos 119 parques da cidade. Segundo a pasta, em 2024 foram quase 56 milhões de visitantes e até o momento em 2025 quase 21 milhões de visitações.
Summa ainda apresentou os cinco parques mais visitados na capital, são eles: Ibirapuera, Parque do Povo, Independência, Aclimação e Trote, e ainda falou dos eventos realizados e programados para os espaços. “Cada parque tem suas características, todos são turísticos, mas nem todos são tem grandes eventos e shows. O maior desafio que temos é entender como cada parque pode funcionar dentro desse contexto”, explicou.
Airbnb
Abordando a questão dos grandes eventos realizados na cidade, o vereador Nabil Bonduki (PT) falou sobre os impactos que os eventos trazem ao entorno como a questão do ruído e das locações do Arbinb.
“Nós precisamos regulamentar melhor essa modalidade de hospedagem e estamos vendo uma série de problemas, como a elevação dos valores dos alugueis para os moradores da cidade e ainda a concorrência desleal com os hotéis, porque não são tributados adequadamente”, ressaltou o vereador.
Sobre os eventos, Nabil sugeriu ampliar o olhar para o tema e expandir para a Lei de Zoneamento criando uma espécie de Zona 24 horas. “Sabemos que os eventos são importantes para a cidade e precisamos preparar a cidade para compatibilizar os grandes eventos com a vida cotidiana da cidade e uma ideia é que alguns lugares pudessem ser destinados especificamente para isso ou que quem fosse residir saibam que serão impactados por grandes eventos”, explicou.
Para o secretário-geral do SindHotéis –SP (Sindicato das Empresas de Hotelaria e Estabelecimentos de Hospedagem no Município de São Paulo e Região Metropolitana), Ivan Baldini, o PL (Projeto de Lei) 232/2017 de autoria do vereador Paulo Frange (MDB) que trata sobre instalações e funcionamento de hospedagem “Cama e Café – B&B” onde o proprietário resida, traz a legalização dessa modalidade de hospedagem e do Airbnb.
“Hoje estamos aqui para pedir o apoio dos vereadores na aprovação desse projeto, já que a questão das locações Airbnb atinge a construção civil para interesse social que estão sendo utilizadas como meio de hospedagem de forma irregular e também no quesito segurança, já que há relatos de pessoas que se hospedam em condomínios para cometer assalto o local”, disse.
O diretor da Abresi (Associação Brasileira das Entidades e Empresas de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), Virgílio Carvalho, destacou que a questão das hospedagens estilo Arbinb é um problema no mundo todo, realizando competição de locação de apartamentos destinados à moradia com aqueles para a locação, gerando assim elevação nos alugueis. “Pedimos que o Airbnb seja legalizado, tributado e que a empresa e locatário sejam responsabilizados pela locação.
Para o presidente da Comissão, vereador Gilberto Nascimento, é importante a preocupação e os questionamentos das locações Arbinb na capital. “Se temos exemplos que em alguns lugares do mundo essa modalidade está dando certo e em outros não, temos a oportunidade de discutir isso com a sociedade e com o entendimento de cada vereador para que no momento de definição a gente defina pelo melhor para a cidade”, finalizou.
Participaram da reunião os vereadores Gilberto Nascimento (PL), Edir Sales (PSD), Nabil Bonduki (PT) e Sandra Santana (MDB). Para conferir a íntegra, clique no vídeo abaixo: