Câmara entrega o Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino a projetos da rede pública de educação

Projetos premiados receberam a Salva de Prata do Legislativo paulistano

Por: KAMILA MARINHO
DA REDAÇÃO

22 de setembro de 2025 - 21:41
Foto de auditório com plateia sentada. No palco, grupo de pessoas em pé, lado a lado, de diferentes idades. Ambiente interno iluminado, paredes de madeira, telas projetadas com textos amarelos. Público atento observa o palco.Richard Lourenço / REDE CÂMARA SP

Projetos de escolas municipais da rede pública da capital paulista foram premiados na noite desta segunda-feira (22/9) na Câmara Municipal de São Paulo. Em Sessão Solene, foram conhecidos os vencedores da 20ª edição do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal. A premiação acontece no Legislativo paulistano desde 1998. O vereador Celso Giannazi (PSOL), integrante da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Casa, presidiu a cerimônia.  

“A tarefa para escolher os melhores esse ano não foi fácil. Foram temas diversos, como inclusão, gênero e meio ambiente. São projetos maravilhosos. Nós sabemos que a educação não muda o mundo, mas muda as pessoas que irão mudar o mundo. É por isso que lutamos por uma educação pública de qualidade. Parabéns a todos que participaram”, disse Giannazi.

A vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL) também fez parte da mesa. A parlamentar destacou os ensinamentos de Freire. “Paulo Freire nos ensina a como identificar a opressão e, sobretudo, ele nos ensina a nos levantarmos contra qualquer tipo de opressão. Eu acredito que cada um que está aqui hoje para receber o prêmio, são aqueles e aquelas que souberam ficar do lado do oprimido”.

Neste ano, o Parlamento municipal recebeu 178 inscrições. Desse total, 144 projetos foram considerados aptos a concorrer e passaram pela avaliação de uma Comissão Julgadora composta por diversas entidades. Além de representantes da Comissão de Educação da Câmara, fizeram parte do júri profissionais do Conselho Municipal de Educação, do Instituto Paulo Freire, do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo), da SME (Secretaria Municipal de Educação) e da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo).

Representando o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), que também fez parte do grupo que avaliou os projetos, Priscila Beltrame Franco falou em nome dos jurados da edição de 2025.

Entre os critérios analisados, os jurados consideraram a promoção de aprendizagens diversificadas, a participação efetiva da comunidade, a inovação e criatividade, o alcance de objetivos, o alinhamento aos princípios de Paulo Freire, além da forma e do conteúdo do projeto.

“Hoje celebramos não apenas os vencedores, mas uma rede de pessoas comprometidas em transformar a educação, um caminho para o futuro. É uma noite de celebração e reconhecimento”, falou Priscila.

A SME (Secretaria Municipal de Educação) foi representada pela secretária executiva Pedagógica, Maria Silvia Bacila. “Eu percebi que todos os projetos desta edição têm uma delicadeza, seja pela inclusão, pela inovação ou pela educação ao longo da vida. Elementos preponderantes na carta de cidades educadoras e que nos constituem, além de serem orientados pela metodologia de Paulo Freire”.

Sociólogo do Instituto Paulo Freire, Lutgardes Freire, filho do educador, também participou da cerimônia. Ele falou sobre a importância da premiação dos ensinamentos do pai. “Eu queria dizer que para o meu pai, a esperança não era só um substantivo, era um verbo. Ele dizia – é preciso esperançar. Esperançar é lutar pela liberdade das mulheres, dos oprimidos e pelos esfarrapados desse país e do mundo. É a luta pela educação não só das crianças, jovens e adultos, mas da sociedade toda, sem exclusão de gênero ou classe”.

Sobre Paulo Freire

O nome do prêmio é em homenagem a Paulo Reglus Neves Freire (1921 – 1997), educador que ganhou destaque no século 20. Nascido em Recife, Pernambuco, Freire ficou conhecido por desenvolver um método de alfabetização de adultos. Paulo Freire foi autor de livros – como o “Pedagogia do Oprimido” – publicado em 1968. Entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação da capital paulista.

Sobre a premiação

Concorreram ao prêmio unidades escolares da rede municipal que desenvolveram projetos para aprimorar a qualidade do ensino na escola pública de São Paulo. Ao todo, foram quatro categorias: Educação Infantil; Ensino Fundamental I; Ensino Fundamental II e Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. 

Em cada uma das categorias, foram classificados três projetos, totalizando 12 premiados condecorados com a Salva de Prata do Legislativo paulistano. Conheça abaixo os vencedores da edição de 2025 do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal.

Categoria I – Educação Infantil

1º lugar: Projeto “Cortejo do Boi – Manifestação de encantamentos nas ruas do centro de São Paulo” 

Responsáveis: Sheila A. Neres Cruz, Simone Benigno Sydow, Rosimeire Garcia dos Santos e Mara Lígia Ribeiro Avanti 

EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Armando de Arruda Pereira

2° lugar: Projeto “Caixa do brincar: Uma travessia das infâncias do rio, da terra e do asfalto” Responsáveis: Vanessa Dias da Silva e Zely Ferreira da Rocha 

CEU (Centro de Educação Unificado) EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Uirapuru

3° lugar: Projeto “Imagens da Arte Falam de Mim”

Responsáveis: Débora Cristina Lacerda Borges e Monica Lima Martins 

CEI (Centro de Educação Infantil) Jardim Santa Maria

Categoria II – Ensino Fundamental I

1º lugar: Projeto “Casa de Carolina – Reconstruindo o Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus” 

Responsáveis: Rosailda Barbosa Dias e Lucidalva de Azevedo Ribeiro Gonçalves 

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Padre José Pegoraro

2° lugar: Projeto “Histórias Incríveis”

Responsáveis: Gabriel Marques Messias, Méleri de Fátima Arraz Moysés, Suelha Vieira de Jesus e Roseane Fernandes Botelho Paz 

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Carlos Augusto de Queiroz Rocha 

3° lugar: Projeto “Bichonário Brasileiro”

Responsáveis: Nathália Gonzales Jannuzzi, Valquiria Rozani Sanches e Viviane de Souza

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Heraldo Barbuy

Categoria III – Ensino Fundamental II e Ensino Médio

1° lugar: Projeto “Vozes da Diversidade: A voz, a vez e a potencialidade de estudantes com deficiência” 

Responsáveis: Luciana Silva Borges Rosa, Ana Paula Carvalho Mangili e Fabiana Gonçalves dos Santos 

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Monteiro Lobato

2° lugar: Projeto “Robótica criativa: óculos inteligentes para pessoas com deficiência visual”

Responsável: Daniel Ramalho Rodrigues 

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Professora Celia Regina Lekevicius Consolin

3° lugar:  Projeto “Combate a Fake News”

Responsáveis: Leonardo Araújo Cardeal da Costa 

EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Professor Josué de Castro

Categoria IV – Educação de Jovens e Adultos

1° lugar: : Projeto “Sobre córregos, entre vielas: a cidade e suas águas” 

Responsáveis: Hellen Cristina Serra, Dagmar Consuelo Moura Sousa, Eliete Braga da Silva e Ewerton Menezes Fernandes de Souza 

Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) Clóvis Caitano Miquelazzo

2° lugar: Projeto “Mente Ativa 60+”

Responsáveis: Ângela Marques Tamarino, Silvio Aparecido de Souza, Francisco Alvanter Beltrão e Selmo Henrique de Araújo

Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) Rolando Boldrin

3° lugar: Projeto “Belezas do Brasil – Um Samba pela Alfabetização de Jovens e Adultos” Responsáveis: Juliana Machado Olavo dos Santos, Lais Cristina Lopes Soares dos Santos, Karina de Souza Barros e Alamir Tatiano Locatelli 

Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) Associação Santa Cecília SP

Assista à íntegra da cerimônia de entrega do Prêmio Paulo Freire.  

 

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