Na reunião desta quinta-feira (5/6), a Comissão Extraordinária de Segurança Pública da Câmara Municipal de São Paulo aprovou quatro requerimentos e conversou com representantes das Polícias Militar e Civil, atuantes na região central da cidade, sobre questões de segurança.
O presidente do colegiado, vereador Sargento Nantes (PP), apresentou requerimento para fazer uma visita à central de monitoramento do Smart Sampa. “A Comissão vai visitar o Smart Sampa para que os integrantes entendam melhor e de uma maneira mais ampla o trabalho do programa”, destacou.
De autoria do vereador Dheison Silva (PT), foram aprovados dois requerimentos, sendo que um solicita informações à Secretaria Municipal de Subprefeituras sobre multas aplicadas no PSIU (Programa Silêncio Urbano) a templos religiosos, quais os critérios técnicos adotados, o número de denúncias e os valores arrecadados. No outro, o parlamentar pede dados à Secretaria Municipal de Segurança Urbana referentes à Operação Delegada, convênio entre a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo para reforço no policiamento da cidade.
“A gente está recebendo várias denúncias de igrejas católicas, evangélicas, terreiros, questionando a aplicação de multas abusivas do PSIU, então esse requerimento tenta entender a metodologia que o programa utiliza. Os templos religiosos estão sendo fiscalizados, ao passo que os grandes shows e eventos da cidade não, como os eventos privados do Vale do Anhangabaú”, ponderou Dheison.
Sobre a Operação Delegada, o vereador ressaltou que não é contrário a parceria, porém, defende que as despesas devam ficar por conta do Estado. “Esses recursos devem ser usados para contratar novos efetivos da Polícia Municipal. O valor que a gente gasta de quase R$400 milhões com a operação e a manutenção do Corpo de Bombeiros, podia ser revertido e acrescentar 6.300 homens e mulheres para a Polícia Municipal”, argumentou.
A vereadora Amanda Vettorazzo (UNIÃO), vice-presidente do colegiado, apresentou requerimento de inclusão de emenda ao texto do PL (Projeto de Lei) 441/2025 – da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 – para destinar 3% do orçamento municipal para a segurança urbana. “Hoje o município investe 1,34% na segurança pública municipal e o requerimento é para chegar a 3% para melhorar a qualificação dos nossos policiais, o efetivo e também o Smart Sampa que é um programa de muito sucesso”, explicou a parlamentar.
Representantes das Polícias Militar e Civil falam sobre segurança no centro
O capitão da Polícia Militar, Ricardo Camilo, representou o 7º BPM (Batalhão de Polícia Militar) Metropolitano para falar sobre os avanços e as necessidades no combate ao crime organizado da região central. Os vereadores Amanda Vettorazzo (UNIÃO) e Kenji Ito (PODE) perguntaram sobre o combate ao tráfico de drogas e roubos de celular.
“Sobre o tráfico de drogas, a atuação é feita pelo nosso plantão, Companhia Cenas Abertas de Uso, que faz um trabalho humanitário com os adictos e também de combate aos traficantes com o órgão que se chama CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), que faz o monitoramento também com câmeras do Muralha Paulista”, explicou o capitão Ricardo.
De acordo com o policial militar, a atuação do tráfico de drogas no centro tem um modus operandi diferente porque os traficantes usam como apoio hotéis, hospedarias e prédios invadidos. “Com o uso de inteligência e das câmeras, temos feito o fechamento e lacração destes lugares e a prisão diária de traficantes”, comentou.
Os roubos de celulares, como observou o capitão Ricardo Camilo, tiveram aumento de março para cá, em ocorrências ligadas à gangue da bicicleta e a quebra de vidros na região do Glicério. “É necessário fazer algo a respeito das bicicletas, o nosso comandante já enviou um expediente ao alto comando da Polícia para trazer essa questão à Prefeitura e Câmara também, ofertando algumas alternativas como uma regulamentação sobre as bicicletas para poder reduzir este problema. Precisamos de mais ferramentas para atuar sobre este tipo de ocorrência”, expôs.
O delegado da 1ª Delegacia Seccional de São Paulo, no centro, Eduardo Duarte de Carvalho também respondeu sobre questões de segurança na região. Em relação ao efetivo ser suficiente ou não, pergunta feita pelo vereador Kenji Ito, o delegado afirmou que é sempre bom ter mais efetivo, mas devido ao trabalho de integração com a Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana os resultados têm sido bons.
“Existem vários concursos em andamento, formação de policiais em academia e a tendência é que teremos suprimento. Só que nós sabemos da dificuldade da formação do policial, da demanda por uma boa formação e temos este esforço para a abertura de certames”, contou.
O vereador Sargento Nantes perguntou sobre como está sendo a condução direta de foragidos aos presídios, sem passar pelas delegacias. O delegado explicou que é um projeto experimental iniciado ontem, com duração de 15 dias, e terá posterior reunião da cúpula da segurança pública para analisar os resultados.
“Os presos passam sim por audiência de custódia, porém, com esse projeto, quem leva para a audiência de custódia é a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e não mais a polícia. Este projeto é recente, então eu ainda não tenho dados para te falar quantos foram encaminhados. Mas está em fase experimental, visando desafogar as delegacias também. São só presos procurados pela Justiça, desde que não estejam em situação de flagrante de um novo crime”, explicou.
O quórum da reunião foi formado pelo presidente, vereador Sargento Nantes (PP), a vice-presidente, vereadora Amanda Vettorazzo (UNIÃO), além dos vereadores integrantes Luana Alves (PSOL) e Kenji Ito (PODE). Assista à íntegra aqui.