A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de São Paulo manifesta seu mais absoluto repúdio às ameaças recebidas pelas deputadas estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na manhã do último sábado, 31 de maio.
O conteúdo do e-mail enviado de forma coletiva a todas as parlamentares é de extrema gravidade e inaceitável sob qualquer circunstância. Com teor misógino, racista e capacitista, as mensagens representam uma tentativa clara de intimidação e violência contra mulheres que exercem sua função pública de forma legítima e democrática.
A violência política de gênero é um fenômeno crescente e preocupante no Brasil, e se expressa de diferentes formas — simbólica, psicológica, moral, física ou institucional —, sempre com o objetivo de constranger, restringir ou impedir a atuação política de mulheres. Esses ataques, muitas vezes organizados e disseminados em ambientes digitais, comprometem não apenas a integridade das parlamentares, mas também os próprios valores da democracia representativa.
A Procuradoria da Mulher reafirma sua solidariedade a todas as deputadas estaduais atingidas por essas ameaças, bem como o compromisso desta Casa com o combate à violência política de gênero em todas as suas formas.
Esperamos que as autoridades competentes conduzam a devida investigação com celeridade, para que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados conforme a legislação vigente. Não podemos naturalizar intimidações que atentam contra os direitos políticos de mulheres e contra a ordem democrática.
Por fim, a Procuradoria da Mulher reforça seu papel de zelar pela proteção, promoção e defesa dos direitos das vereadoras paulistanas e de todas as mulheres que atuam na política institucional, reafirmando a importância de ambientes políticos seguros, respeitosos e plurais.