Engenheiros e arquitetos pedem alterações em PL que reestrutura carreira

Por: ROBERTO VIEIRA - DA REDAÇÃO

19 de agosto de 2015 - 16:48

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Os vereadores da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Legislação) realizaram Audiência Pública para discutir o Projeto de Lei (PL) 305/2015, que cria o quadro de analistas de desenvolvimento urbano para engenheiros, agrônomos e arquitetos da prefeitura. A proposta estabelece planos de carreira e reenquadramentos de cargos, bem como o regime de remuneração por subsídios.

Os servidores municipais ocuparam todas as dependências do Salão Nobre da Câmara Municipal e fizeram questionamentos com relação ao PL, que já foi aprovado em primeira votação na Casa, no último dia 12/8.

O engenheiro João D’Amaro, vice-presidente da SEAM (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Municipais de São Paulo), se manifestou contrário à proposta da prefeitura, alegando que o texto que está em debate não atende às diretrizes legais, tampouco os anseios das categorias atingidas.

“O projeto não atende a paridade dos aposentados e os que estão em final de carreira. Não contempla a migração por tempo de carreira, conceito universal da valorização do trabalho. Os optantes pelo sistema de remuneração por subsídio não receberão a ‘GDA’, que é uma gratificação importante para o estímulo no trabalho, além de não receberem o quinquênio e a sexta parte, previsto no estatuto do servidor”, afirmou.

A questão da remuneração por sistema de subsídios, proposta no projeto, é um dos grandes questionamentos da categoria, que se divide entre favoráveis e contrários à medida. Cyra Malta, engenheira agrônoma, especialista em desenvolvimento urbano, não acredita que este tipo de remuneração prejudique a categoria ou retire direitos adquiridos.

“Eu não tenho nada contra, é uma remuneração, existem uma infinidade de mitos em torno da remuneração por subsídios. As pessoas saíram dizendo que você perde direitos trabalhistas, constitucionais, você não perde nada. O quinquênio e a sexta parte, por exemplo, é uma gratificação, que está garantida na Lei Orgânica do Município e nada impede que dois terços da Câmara de vereadores retire isso”, ponderou a servidora municipal.

Nelo Rodolfo (PMDB) entende que a prefeitura não cumpriu com os acordos estabelecidos junto aos engenheiros, arquitetos e agrônomos do município. De acordo com o parlamentar, o Executivo havia se comprometido a enviar para a Casa um projeto diferente deste que avançou em primeira.

“Foram retirados do projeto que previa remuneração por subsídios todos os engenheiros e arquitetos, e foi combinado que esta categoria ficaria à parte do projeto do funcionalismo e seria mandado um plano resgatando cada engenheiro e cada arquiteto, não foi feito isso pelo governo”, argumentou o peemedebista.

O Secretario de Planejamento, Orçamento e Gestão, Valter Correa, disse que a ideia da prefeitura é reestruturar a carreira e corrigir, segundo ele, uma série de distorções existentes.

“Nós fizemos diálogos intensos, inclusive depois que o PL esteve aqui nós continuamos conversando, nós fizemos o que achamos para a reestruturação dessas carreiras. Atendemos, inclusive, uma reivindicação da própria categoria, do ingresso de oito salários e meio para poder fixar a carreira em 17 níveis para que todos possam vislumbrar a sua progressão ao longo desses anos”, justificou.

O PL debatido na audiência já pode ser levado para segunda votação em plenário, no entanto, alguns parlamentares já sinalizaram com a possibilidade de apresentarem substitutivos que alterem pontos do texto original.

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