Na tarde desta terça-feira (11/11), os integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Metanol da Câmara Municipal de São Paulo se reuniram no Plenário 1° de Maio. Este foi o terceiro encontro do colegiado, que investiga a procedência de bebidas alcoólicas comercializadas em estabelecimentos da capital paulista.
Durante a reunião, conduzida pela presidente da comissão, vereadora Zoe Martinez (PL), os parlamentares apreciaram requerimentos e ouviram representantes da SMS (Secretaria Municipal da Saúde).
Depoimentos
O primeiro a prestar depoimento foi o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco. Ele destacou a atuação da pasta no atendimento dos primeiros casos de envenenamento e no controle da crise.
De acordo com Zamarco, o centro de controle e monitoramento de intoxicação foi essencial para o reconhecimento e orientação das unidades de saúde durante o estágio inicial da crise. O secretário destacou que devido ao rápido aumento e à gravidade dos casos, a Secretaria emitiu um alerta e realizou treinamento com as equipes de urgência e emergência a fim de garantir atendimento precoce e agilizado.
“Em um primeiro momento focamos na assistência e depois comunicamos a vigilância, fazendo uma parceria com o estado e com a justiça para realizar uma investigação mais aprofundada”, explicou Luiz Carlos Zamarco.
Ao ser perguntado sobre a assistência às vítimas que perderam a visão, o chefe da pasta esclareceu que a Secretaria da Saúde tem o compromisso de acompanhar todas as vítimas de envenenamento por metanol e que está à disposição para prestar o suporte necessário.
Nesta terça, também foi ouvido Eryberto Egito, assessor da Secretaria Municipal da Saúde. Ele apresentou um panorama técnico dos casos de envenenamento por metanol. Ao longo da explicação, o assessor comentou que na maioria dos casos as sequelas relacionadas a problemas de visão são irreversíveis. Eryberto destacou ainda a importância de não demorar para buscar ajuda médica em caso de suspeita.
“Quanto antes o paciente receber atendimento médico maiores são as chances de vida”, alertou o assessor da Secretaria Municipal da Saúde.
Egito e Carlos Zamarco comentaram sobre os quatro pontos onde o antídoto para o envenenamento estão sendo distribuídos: Hospital das Clínicas, Santa Casa, Hospital Campo Limpo e Hospital Santa Marcelina.
O colegiado havia convocado o diretor-executivo do Procon/SP, Luiz Orsatti Filho. No entanto, ele não compareceu porque está de férias. Em justificativa, Orsatti solicitou que fosse convocado para comparecer novamente no momento em que retornasse ao trabalho.
Requerimentos
A CPI do Metanol aprovou quatro requerimentos na reunião desta terça. Dois deles, do vereador Celso Giannazi (PSOL), solicitam informações à Secretaria Municipal da Saúde e à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo sobre os números e dados dos estabelecimentos atacadistas e varejistas investigados por infração e adulteração de bebidas alcoólicas.
Já o outros dois requerimentos – apresentados pela vereadora Ely Teruel (MDB) – convidam a esposa de uma das vítimas fatais, os familiares de pessoas que sofreram com alguma sequela e o secretário municipal das Subprefeituras, Fabricio Cobra, para colaborarem com o trabalho do colegiado.
Ao final da reunião, Giannazi comentou a importância dos esclarecimentos feitos pelos integrantes da Secretaria Municipal da Saúde e agradeceu pela forma didática e clara com que os fatos foram apresentados.
Estiveram presentes na reunião os parlamentares: Zoe Martinez (PL) – presidente, Ely Teruel (MDB) – vice-presidente, Sandra Santana (MDB) – relatora e Celso Giannazi (PSOL).
Confira a reunião da CPI do Metanol desta terça neste link:
(*) Com supervisão de Marco Calejo
