Concessão de banheiros públicos começa a ser discutida

Por: RAFAEL ITALIANI - DA REDAÇÃO

29 de novembro de 2017 - 22:28

André Bueno/CMSP

Discussão sobre a concessão de banheiros públicos foi iniciada na Câmara

O Plenário da Câmara Municipal de São Paulo deu início à discussão do Projeto de Lei (PL) 611/2017, que prevê a concessão de 400 banheiros públicos e de paraciclos para a iniciativa privada. Em troca, os empresários poderão explorar a publicidade nos equipamentos. O governo lamentou a falta de quórum para discutir por mais uma hora e meia o assunto. No entanto, Aurélio Nomura, líder da gestão João Doria (PSDB) na Casa, espera que o Projeto seja deliberado nos próximos dias.

“Os banheiros públicos são fundamentais para a cidade de São Paulo. Infelizmente não tivemos quórum, mas espero que possamos evoluir”, disse o tucano. Segundo ele, o governo fez concessões antes da primeira votação. Foram retirados os quiosques multiuso que o PL concederia para a iniciativa privada. “Tivemos reuniões sobre esse assunto. Nós entendemos que essa discussão pode ser feita em um momento oportuno”, afirmou Nomura.

Para o vereador José Police Neto (PSD), a retirada desse item do mobiliário foi positiva, já que ele não consta entre os que podem ser explorados conforme prevê a Lei Cidade Limpa, regulamentada em 2006 pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

“O Projeto acerta ao retirar os quiosques. O que é multiuso pode valer para muita coisa: para o que é bom e também para o que é ruim”, disse. Ele defende que a gestão Doria adote outro modelo de exploração do mobiliário. Segundo ele, os usuários podem pagar pela utilização. “Não acredito que a gratuidade completa venha só da publicidade. É fundamental agregar valor a isso”, disse o parlamentar.

Durante a sessão, a oposição conseguiu deixar a discussão do Projeto para os próximos dias. Os vereadores contrários à gestão Doria acreditam que a proposta encaminhada à Câmara é vaga. “O Projeto deixa muito aberto para o Executivo estabelecer as regras”, disse Reis (PT). “Esvazia a competência do Legislativo e ataca a Lei Cidade Limpa. Eu tive um Projeto de banheiros vetado pelo prefeito. No meu texto, parte do custo do serviço seria pago pelo usuário”, afirmou o parlamentar.

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