No último dia 10 de setembro, o Governo de São Paulo informou que iria aplicar a vacina contra a Covid-19 da Pfizer nas pessoas que estão com o esquema vacinal incompleto e não receberam a 2ª dose da AstraZeneca, devido à falta do imunizante no Estado. A medida, inclusive, consta em documento técnico do PEI (Programa Estadual de Imunizações) publicado no dia 12 de setembro.
Na capital paulista, a chamada “intercambialidade excepcional e emergencial” das vacinas teve início na última segunda-feira (13/9). Poderão receber o imunizante da Pfizer cerca de 340 mil pessoas que deveriam ter sido vacinadas com a segunda dose da AstraZeneca entre os dias 1º e 15 de setembro.
Apesar de já estar em andamento, a intercambialidade, ou mix de vacinas, ainda gera muitas incertezas na população. Será que é seguro? Tem eficácia?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Ministério da Saúde e diversos estudos, a resposta para as duas perguntas é: sim.
Em nota técnica publicada no dia 26 de julho, o Ministério da Saúde cita que os resultados de um estudo de intercambialidade entre as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca indicam uma “resposta imune robusta no esquema heterólogo [mix das vacinas] associado a um bom perfil de segurança”. Ou seja, o estudo sugere que a utilização dos dois imunizantes combinados é segura e produz anticorpos contra a Covid-19.
O mesmo documento destaca outro estudo, realizado no Reino Unido, que “evidenciou uma resposta imune superior no esquema heterólogo naqueles indivíduos que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca”.
No caso das pessoas que receberam a primeira dose da Pfizer, a pesquisa citada pelo Ministério da Saúde afirma que “os parâmetros da resposta imune foram ainda superiores ao observado no esquema homólogo [uma única vacina] da vacina AstraZeneca, uma vacina aprovada para uso e com elevada eficácia contra a Covid-19”.
Em resumo, o que a pesquisa do Reino Unido aponta é que pessoas que tomaram a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer, e vice-versa, tiveram melhor resposta imune do que as que tomaram as duas doses apenas da AstraZeneca, o que ressalta a efetividade da intercambialidade dos imunizantes.
Sobre a segurança do processo, esse mesmo estudo apresentado pelo Ministério da Saúde observou uma “taxa de eventos adversos um pouco aumentada no esquema heterólogo, no entanto todos eventos reportados atribuíveis a vacinação foram eventos não graves e autolimitados”.
Por fim, o Ministério da Saúde afirma que, com base nos dados obtidos pelos estudos citados, a própria OMS “optou por atualizar as suas recomendações referentes ao tema, orientando que, em situações onde não seja possível administrar a segunda dose com o mesmo produto, seja por falta do mesmo produto ou por outras preocupações, seria possível a adoção de esquemas heterólogos”. A recomendação, inclusive, é semelhante à adotada por países como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
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