Mário Sérgio Cortella é o mais novo Cidadão Paulistano

Por: ROBERTO VIEIRA - DA REDAÇÃO

19 de outubro de 2015 - 21:28

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O plenário 1º de Maio da Câmara recebeu dezenas de convidados na noite desta segunda-feira (19/10) para acompanhar a entrega do Título de Cidadão Paulistano ao professor e Doutor Mário Sérgio Cortella. A solenidade foi proposta pelo vereador Alfredinho (PT).

“O professor Mário Sérgio tem uma grande história na cidade, foi secretário de Educação na gestão Luiza Erundina, em substituição a Paulo Freire. Não se trata apenas de um professor, de um filósofo, mas sim de alguém que pensa a educação diferente, com métodos diferentes dos tradicionais”, afirmou o autor da iniciativa.

Cortella comentou sobre o fato de ser reconhecido como Cidadão Paulistano na maior Casa Legislativa do país. Para o filósofo, após 48 anos vividos na cidade de São Paulo, o momento é algo que o eleva.

“Quando o vereador Alfredinho me propôs eu imaginei que essa sim poderia ser a hora. Eu nasci em Londrina, vim do Paraná com 13 anos e passei minha vida aqui, meus filhos aqui nasceram, isso significa que o meu trabalho se deu nessa cidade, portanto, eu acho que não é apenas merecido, é algo que me honra. Eu fico emocionado, isso mexe comigo”, disse.

Docência e Decência

Antes da entrega da honraria, Cortella palestrou por 45 minutos na tribuna do Legislativo Paulistano com o tema “Docência e Decência”. O filósofo afirmou que Casas Legislativas precisam lidar com o significado da docência, ou seja, aquilo que ela ensina a cidade, e a decência, que é aquilo que ela demonstra à cidade.

“A docência não é apenas o que se dá na atividade de professores e professoras. O nosso legislativo tem um papel educativo pedagógico na relação com as comunidades e por isso, a reflexão sobre isso. Não é um chamar a atenção, mas sim trazer para nós que lidamos com educação a possibilidade de se pensar um pouco sobre o que é decente numa vida que, sendo curta, não pode ser pequena”, ponderou.

O homenageado falou boa parte do tempo sobre a ‘arte de lecionar’ e dentre muitas citações, resumiu este trabalho com a frase da filósofa Terezinha Rios, que dizia: “Nós não somos imortais, mas podemos ser eternos”. Para Cortella, na educação escolar, isso se dá pelo ‘ficar’ em outras pessoas.

Foi o que aconteceu com o professor e ator Alexandre Saul, ex-aluno de Cortella na PUC. “As aulas dele sempre foram muito inspiradoras e sempre tinham esse caráter de desafio a transformar a realidade, transformar situações de injustiça, essas situações que ferem a ética, então isso instigava não só a mim, mas também outros colegas a buscarem esta profissão e se debruçar sobre ela”, disse.

Sobre o autor

O professor Mário Sérgio Cortela nasceu em Londrina, interior do Estado do Paraná e desde 1975, quando concluiu sua primeira graduação na ‘Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira’, acumula diplomas. Cortella é um filósofo

Tornou-se mestre em Educação, em 1989, pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) sob orientação do Professor Doutor Moacir Gadotti. Oito anos mais tarde, concluiu doutorado, orientado pelo Professor e Doutor Paulo Freire, também na PUC, onde lecionou por 35 anos.

Cortella também ocupou o cargo de Secretário de Educação na gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, entre 1991 e 1992. Sobre a realidade com a qual conviveu à época e os dias de hoje, o professor acredita que muita coisa mudou, a cidade cresceu, o orçamento da educação é maior, contudo, muito menos suficiente para as atuais demandas.

“Esses vinte e cinco anos que nos separam do momento que eu assumi a Secretaria Municipal de Educação é um quarto de século. Não havia toda tecnologia que existe hoje no campo do ensino, não havia tanta informação que se difundia no cotidiano, não havia tantas plataformas digitais, portanto há uma diferença. Lá naquele momento se fazia o inicio da discussão sobre a organização por ciclos, a incorporação das creches a área de educação”, comparou.

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