Ao prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura eventual deficiência no desempenho das competências outorgadas à Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), reunida nesta terça-feira (21/09), o secretário municipal da Saúde, Januário Montone, reconheceu que os serviços prestados pela coordenadoria ainda é deficiente e que sua estruturação tem um longo caminho a percorrer. Montone destacou, no entanto, que “apesar das dificuldades a Covisa teve um avanço muito grande”. Montone destacou que a vigilância em Saúde é uma área nova da secretaria. “Ela começou a ser montada a partir de 2005 e tenho certeza que ao longo do tempo irá suprir as suas necessidades”, afirmou. Ressaltou ainda que a CPI, "uma Comissão com caráter de dicussão e proposição na maioria das vezes", tem ajudado bastante a dar visibilidade a alguns problemas.
Na opinião do secretário, “o desafio é enfrentar a complexidade do gigantismo de São Paulo, uma cidade com 11 milhões de habitantes. Uma população maior que muitos estados brasileiros. Além disso, mais de um milhão de pessoa, vindas de fora para cá, circulam pela cidade todos os dias”.
Montone destacou também que na cidade existem “900 mil estabelecimentos comerciais, sendo que 170 mil precisam ser fiscalizados direta ou indiretamente pela Covisa”.
Por isso, ele acha que muito importante “o engajamento do cidadão na vigilância das condições de saúde e de higiene dos locais que frequenta, onde alimenta, onde compra seus alimentos, as clinicas em que se consulta. Essa ação cidadã é fundamental nesse processo de fiscalização”.
Tuberculose, dengue
O vereador Jamil Murad (PCdoB), achou muito importante a reunião de hoje contar com a presença do secretário da Saúde. “Pudemos colocar para o ele que não é aceitável que São Paulo registre mortes por leptospirose. Nem o surto de dengue, que, em 2009, registrou 300 casos, e que, até o meio deste ano, chegou a 5.200 pacientes”.
Murad fez o secretário ver que “não é aceitável que se continue deixando cães soltos e vadiando pelas ruas da cidade por falta de vagas nos abrigos do Centro de Controle de Zoonoses, com o risco desses animais causarem leishmaniose”. O vereador também acha “inaceitável que, em 1998, tenha ocorrido 36 mortes causadas pela tuberculose, e que em 2008 esse número tenha subido para 108, além de existirem supermercados vendendo produtos com data vencida.
O parlamentar entende que para evitar a continuidade dessas situações “é necessário que Covisa conte com um número de funcionários suficientes, pois só possui metade do que precisa, e que seus técnicos tenham transporte para realizar o trabalho”.
Positivo
Já o vereador Aurélio Miguel (PR) fez um balanço positivo da reunião. “O que nós tínhamos detectado aqui e que os servidores da Covisa já haviam dito, foi confirmado pelo secretário: há falta de recursos humanos e a necessidade de se ter um orçamento melhor”, disse.
O vereador observou que “o secretário está muito atento ao problema, entende que há uma deficiência e que tem de melhorar”. E destacou: “a gente sai feliz de saber que podemos, em conjunto com o Executivo, melhorar esse serviço na cidade, que sem dúvida alguma é essencialmente para dar melhor qualidade de vida ao cidadão paulistano”.
Participaram da reunião os seguintes vereadores: Aurélio Miguel (PR), Jamil Murad (PCdoB), José Police Neto (PSDB), Paulo Frange (PTB), Sandra Tadeu (DEM), Natalini (PSDB) e Noemi Nonato (PSB).
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Januário Montone reconhece deficiências na Covisa
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