CPI da Íris recebe influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca

Por: FELIPE BROSCO
DA REDAÇÃO

9 de dezembro de 2025 - 14:39
Tela de computador exibe videoconferência com uma pessoa de cabelos presos e óculos, falando. Fundo azul claro e parede branca. Ambiente interno iluminado, interface de reunião virtual com ícones e miniaturas de participantes à direita.Lucas Bassi | REDE CÂMARA SP

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Íris, que investiga a empresa Tools For Humanity por oferecer recompensas financeiras a cidadãos paulistanos em troca do escaneamento da íris, realizou mais uma reunião nesta terça-feira (9/12). Um dos convidados a prestar esclarecimentos foi o influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, e que ganhou repercussão nacional após divulgar vídeos falando sobre os riscos da adultização infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes na internet. E que, inclusive, acelerou a aprovação de uma a nova legislação que atualizou o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para o ambiente online.

A presidente da CPI, vereadora Janaina Paschoal (PP), explicou o motivo de Felca ter sido convidado a prestar esclarecimentos à Comissão. “Uma das últimas empresas ouvidas aqui contratada pela Tools teve o papel de fazer gestões junto a órgãos públicos pela aprovação de Projetos de Lei e pela participação em regulamentações de leis para fins de fornecimento de ferramentas ou de tecnologias desenvolvidas pela própria Tools. Dentre esses projetos estava o ECA Digital que foi, de alguma maneira, agilizado por aquele vídeo do senhor Felipe.”

A CPI da Íris quis saber se Felca tem ou teve algum tipo de relação com a empresa Tools For Humanity, o que foi negado pelo influenciador. “Não, não teve qualquer tipo de contato dessa empresa Tools For Humanity com a minha pessoa, com a minha empresa, com a minha equipe em nenhuma forma, nenhum tipo de contato, nenhum tipo de proposta.”

No entanto, ao ser questionado pela relatora da CPI, vereadora Ely Teruel (MDB), sobre os riscos de se ter uma empresa estrangeira realizando o escaneamento de íris no país, Felca afirmou que vê o serviço oferecido com ressalvas. “Eu acredito que é, de certa forma, bastante questionável se uma empresa qualquer aparece e diz que vai usar essa tecnologia, inclusive muito recente, para desenvolver um banco ou qualquer coisa que seja…. eu diria que é algo questionável. É muito interessante para várias empresas ter dados, e quanto mais precisos, melhor, eu acho que pode sim ter um fim perigoso.”

Requerimentos

Foram convidados, pela segunda vez, representantes do Banco Central e da Receita Federal para participarem da reunião, mas nenhum integrante compareceu, o que motivou a aprovação de um requerimento intimando as duas instituições e também a Comissão de Valores Mobiliários a enviarem esclarecimentos a CPI. “Nós queremos saber, aos olhos desses órgãos, se é lícito estabelecer contratos de empresas, contratos com pessoas, pagando em uma moeda que o próprio contratante inventa”, explicou a vereadora Janaina.

Os vereadores também aprovaram o requerimento do vereador Silvão Leite para ouvir o diretor da empresa Expo Center Norte para dar explicações sobre  exposições feitas no espaço de eventos com a tecnologia de escaneamento de íris.

Os trabalhos da CPI da Íris voltam em fevereiro, quando os integrantes devem ouvir representantes da Defensoria Pública sobre assuntos que envolvem os trabalhos do colegiado, e também representantes da empresa Tools For Humanity.

Além da presidente da CPI, vereadora Janaina Paschoal (PP), e da relatora, vereadora Ely Teruel (MDB), participaram também da reunião os vereadores Gilberto Nascimento (PL), vice-presidente do colegiado, Silvão Leite (UNIÃO), Sansão Pereira (REPUBLICANOS), João Ananias (PT) e Kenji Ito (PODE).

Confira aqui a íntegra da reunião desta terça.

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