Audiência Pública debate regulamentação de aplicativos de carona

Por: - DA REDAÇÃO

5 de abril de 2016 - 23:39

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A Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara realizou uma audiência pública nesta terça-feira (5/4) para discutir diversos projetos em tramitação na Câmara. Entre eles, o que gerou mais polêmica foi o Projeto de Lei (PL) 421/2015, que trata da regulamentação do compartilhamento de automóveis.

Representantes da categoria dos taxistas, da empresa Uber, vereadores e usuários dos serviços travaram um acalorado debate sobre o tema.

projeto, de autoria do vereador José Police Neto (PSD), tem como objetivo garantir a segurança, a confiabilidade, o custo-benefício e incentivo ao compartilhamento de automóveis no município, preferencialmente a partir do acesso às redes digitais pertinentes.

2016-04-05- SP Câmara Municipal de São Paulo Audiência Pública da Comissão Permanente de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia - Projetos 504/2007; 62/2015; 239/2015; 237/2015; 421/2015 Sala Sérgio Vieira de Melo 1º SS - Sala A José Police Neto (PSD) Foto: André Bueno/ CMSP "Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610"

Ciro Biderman, diretor da SP Negócios

O diretor da SP Negócios, Ciro Biderman, defendeu a regulamentação dos aplicativos como uma oportunidade de melhorar a mobilidade da cidade. “Estamos tendo a oportunidade de reduzir o número de veículos individuais no trânsito, e o táxi e os mecanismos de carona compartilhada contribuem para isso. Tentar simplesmente proibir não funciona. Precisamos regular e o importante é discutir como fazer uma regulamentação que seja a melhor para o beneficio da população”, disse.

Representantes de diversas categorias de taxistas manifestaram-se contrários ao projeto. “A lei aprovada nesta Casa e sancionada pelo Prefeito é que seja proibido esse serviço de aplicativos, como o Uber, na cidade [projeto de lei 349/2014, de autoria do vereador Adilson Amadeu, do PTB]. Não entendo porque ainda existe esta discussão sobre a regulação. Precisamos acabar com isso de uma vez por todas e que a lei seja cumprida”, defendeu o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra Silva.

2016-04-05- SP Câmara Municipal de São Paulo Audiência Pública da Comissão Permanente de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia - Projetos 504/2007; 62/2015; 239/2015; 237/2015; 421/2015 Sala Sérgio Vieira de Melo 1º SS - Sala A José Police Neto (PSD) Foto: André Bueno/ CMSP "Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610"

Ivan Camargo, motorista do Uber

Motoristas da empresa Uber, defenderam que a regulação seja feita para que haja uma concorrência leal entre os serviços. “Gostaria que a Uber fosse regulamentada da mesma forma que os táxis. Pagaríamos os impostos necessários e teríamos uma concorrência justa. Não queremos briga com taxistas, acredito que eles também não querem, todos nós temos família e precisamos trabalhar da mesma forma”, ressaltou o motorista Ivan Camargo.

Para vereador Adilson Amadeu (PTB), a proposta não deve ser aprovada pelos vereadores. “Todos os vereadores já analisaram bem esta proposta e perceberam que não cabe na categoria dos taxistas, e mais, essa empresa ilegal [Uber] não quer ser táxi. Se quisesse, teria comprados as outorgas oferecidas para o táxi preto. Então, nós vamos sim votar e manter a mesma linha para que profissão nobre, com condutax e alvará, permaneça pagando seus impostos e trabalhando”, afirmou.

2016-04-05- SP Câmara Municipal de São Paulo Audiência Pública da Comissão Permanente de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia - Projetos 504/2007; 62/2015; 239/2015; 237/2015; 421/2015 Sala Sérgio Vieira de Melo 1º SS - Sala A José Police Neto (PSD) Foto: André Bueno/ CMSP "Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610"

Vereadores Toninho Paiva (PR) e Adilson Amadeu (PTB)

O vereador Senival Moura (PT) criticou a postura agressiva das manifestações. “A audiência pública foi muito positiva, porque ouviu todos os lados. Agora, as pessoas precisam entender que uma audiência serve para resolver estes conflitos, e não para trazer mais conflitos. No ponto de vista geral serviu para definir a linha de discussão dessa nova proposta, e também para termos clareza que precisa ser resolvido este problema, que é um problema grave para cidade. Tenho certeza que os parlamentares vão saber lidar e preparar uma lei para que haja fiscalização”, disse.

“Finalmente começamos a debater pontos de vistas, ideias, reflexões legais do que todas aspartes acreditam. É fundamental entender, refletir, e não aceitar a tese que São Paulo tem dono. Quem é dono da cidade é o cidadão, que tem que ter seu direito de escolha. É lógico que qualquer sistema tecnológico implantado na cidade tem que ter regra clara e que respeite o usuário, que dê a ele opções de segurança reais. Isso que a gente tem que trabalhar a partir de agora”, afirmou o presidente da Comissão, vereador José Police Neto.

Acompanharam também a discussão os vereadores Salomão Pereira (PSDB), Toninho Paiva (PR) e Dalton Silvano (DEM). Além do diretor-presidente da SP Negócios, Rodrigo Pirajá e do diretor de políticas públicas do Uber no Brasil, Daniel Mangabeira.

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