
Você já se pegou desviando de um buraco na rua ou reclamando de lixo acumulado na calçada? Essas pequenas coisas fazem parte de um serviço maior, chamado zeladoria urbana. É aquele conjunto de cuidados que a cidade precisa para funcionar, como varrer as ruas, consertar calçadas e buracos, limpar bueiros ou até instalar equipamentos de ginástica nas praças. É o tipo de coisa que a gente só percebe quando está faltando, mas que afeta de verdade o nosso dia a dia.
Quando uma praça está limpa, bem iluminada e tem espaços agradáveis, ela se torna um convite para as pessoas. É como dizia a ativista Jane Jacobs: lugares ocupados se tornam mais seguros. Por outro lado, um local escuro, sujo e abandonado vira o lugar ideal para a violência e para problemas de saúde, como focos de dengue. E o estrago vai além: árvores caídas depois de uma tempestade podem bloquear o trânsito, danificar casas e até deixar milhares sem energia.
É por isso que a zeladoria não é um gasto, mas sim um investimento. Uma cidade bem cuidada gasta menos com atendimento médico para quem cai em buracos, previne enchentes com a limpeza de bueiros e está mais preparada para enfrentar emergências. É a famosa prevenção, que evita que um probleminha de hoje se torne uma crise enorme amanhã.
A gente viu isso de perto no último temporal. Mesmo depois que a chuva parou, a cidade continuou bagunçada: lixo espalhado, árvores caídas e gente sem energia. A demora para resolver esses problemas mostra que precisamos pensar na zeladoria de outra forma, não só como uma rotina, mas como um sistema preparado para essas emergências climáticas que, infelizmente, vão acontecer cada vez mais.
A cidade precisa de planos contínuos e transparentes, não apenas de ações pontuais. É justo que o cidadão reclame quando as empresas prometem um serviço e não cumprem.
Como vereador, meu papel é fiscalizar, cobrar e propor soluções para que a zeladoria seja eficiente e transparente. Nosso mandato implementou um aplicativo para que a população possa enviar demandas e ajudar a gente a entender melhor os problemas da cidade.
Uma cidade bem cuidada é um sinal de respeito ao cidadão. O que aconteceu recentemente, e se repete a cada chuva, é um forte lembrete de que não podemos esperar uma tragédia para agir. Precisamos cobrar responsabilidade das empresas, exigir mais do poder público e fazer da zeladoria uma prioridade. Só assim, São Paulo estará pronta tanto para o dia a dia quanto para os desafios do futuro.
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