Tentando privatizar, tá na cara!

Artigo do vereador Eliseu Gabriel (PSB)

4 de setembro de 2025 - 06:00

Vivemos um momento crítico para a educação pública em São Paulo. Diretores e diretoras de escolas municipais estão sendo afastados de suas funções sob o pretexto de um “curso de formação” que, na prática, não forma, não orienta e, sobretudo, não respeita. Trata-se de uma política autoritária que desvaloriza profissionais experientes, submetendo-os a situações vexatórias e humilhantes.

Enquanto isso, estudantes, professores, famílias e toda a comunidade escolar sofrem com a ausência de quem é essencial para o bom funcionamento das unidades: os diretores. A justificativa usada é o desempenho no IDEB de 2023, ignorando completamente o contexto social e territorial de cada escola, os desafios enfrentados e o histórico de trabalho desses gestores. Em vez de apoio, ofereceram punição.

O chamado “curso de formação” tornou-se um instrumento de controle e silenciamento; em nada contribui para a qualidade da educação. Pior: afasta os diretores do lugar onde são mais necessários, a escola. O que está em jogo não é apenas a função de um gestor, mas a defesa da escola pública como espaço de gestão democrática, diálogo e valorização profissional.

Afastar diretores sem critério, transparência ou respeito é mais um passo no desmonte da educação. Estamos diante de uma privatização silenciosa, na qual decisões autoritárias desestruturam a rede pública para, depois, justificar sua entrega a empresas privadas. Onde foi implantado, deu errado.

Defendo formação continuada, sim, mas de qualidade, construída com diálogo, sem afastar profissionais do cotidiano escolar. Diretor na escola é sinônimo de cuidado, organização e acolhimento. Escola de qualidade tem liderança presente. Educação pública de qualidade se faz com respeito, valorização e democracia.

O esforço da Prefeitura para aprovar a famigerada Lei 18.221/24 e, mais recentemente, o afastamento ilegal de diretores concursados, deixa claro o objetivo: privatizar a educação municipal. Empresas e organizações sociais não podem assumir a gestão de escolas públicas, pois seu foco é o lucro, não o bem comum.

A escola pública deve ser integralmente pública! Eu, como professor e vereador desta cidade, vou defendê-la para que seja democrática, inclusiva, equitativa e de qualidade.

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