Nesta segunda-feira (20/9), a capital paulista começou a aplicar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em pessoas com mais de 18 anos gravemente imunossuprimidas. Segundo a Prefeitura, a estimativa é de que 18 mil pessoas que já receberam as duas doses ou dose única há pelo menos 28 dias podem participar dessa nova etapa da imunização.
Também teve início nesta segunda-feira a aplicação das doses de reforço para os idosos com mais de 80 anos de idade. Nessa faixa etária, a expectativa é que 144,4 mil pessoas possam receber as doses adicionais.
Para receber a nova dose, é preciso comparecer a um dos postos de vacinação com comprovante de vacinação, documento com foto e comprovante de residência. A disponibilidade de imunizantes por fabricante, para recebimento de segunda dose, e tempo de espera nos pontos de vacinação, podem ser consultadas na página De Olho na Fila.
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta segunda-feira (20/9) a capital paulista totalizava 37.688 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.452.567 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta segunda (20/9), é de 38,3%.
Já no último domingo (19/9), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 43%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Um estudo conduzido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), e publicado na revista Transplantoogy, constatou que pessoas que passaram por um transplante de fígado e depois contraíram a Covid-19 tiveram recuperação mais rápida e processo inflamatório muito menor do que os transplantados de coração ou rim. Por vezes, esses pacientes evoluíram até melhor do que indivíduos não transplantados.
Os pesquisadores analisaram a evolução da Covid-19 em 39 receptores de órgãos. Desse total, 25 receberam transplante de rim, sete de coração e sete de fígado. Os dados foram comparados com outros 25 pacientes com Covid-19 não transplantados (grupo controle), pareados por idade e sem comorbidades. Todos os participantes do estudo foram monitorados diariamente quanto a biomarcadores de infecção pelo novo coronavírus para que a evolução da doença fosse acompanhada. Os voluntários foram divididos por órgão recebido, idade e tempo de transplante.
Segundo os autores do estudo, uma hipótese para essa evolução desigual da doença entre transplantados pode estar na diferente quantidade de imunossupressores utilizados para que o órgão não seja rejeitado.
Eles explicam que transplantes de coração e rim exigem um uso maior de medicamentos imunossupressores que os transplantes de fígado, por exemplo. Com isso, além de constatar que nem todo paciente transplantado reage de maneira igual à Covid-19, o estudo aponta para a possibilidade de testar determinados imunossupressores no tratamento da Covid-19, não necessariamente em pacientes transplantados.
Os pesquisadores ressaltam, no entanto, que a provável relação entre a quantidade de imunossupressores e a evolução da Covid-19 entre transplantados se trata apenas de uma hipótese, que ainda precisa ser investigada com maior profundidade.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta segunda-feira
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