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CPI da Íris: jornalista presta depoimento sobre reportagens produzidas em visita à empresa investigada sobre modelo de escaneamento

Por: FELIPE PALMA
DA REDAÇÃO

12 de agosto de 2025 - 14:49
Reunião de 12 de agosto da CPI da Íris da Câmara de São PauloDouglas Ferreira | REDE CÂMARA SP

Os vereadores que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Íris ouviram nesta terça-feira (12/8) o depoimento de uma jornalista sobre reportagens realizadas no primeiro semestre envolvendo o projeto de escaneamento de íris intitulado World ID – empresa Tools for Humanity. O grupo ainda apreciou requerimentos de convite a representantes de empresas terceirizadas apontadas como intermediárias em São Paulo.

O objetivo do colegiado é apurar a atuação da Tools for Humanity ao oferecer recompensas financeiras para realizar o escaneamento da íris de cidadãos paulistanos.

Depoimento

O depoimento da jornalista Mariana Martucci, da revista Exame, foi um pedido do vereador Gilberto Nascimento (PL), vice-presidente da CPI. Ele justificou a participação da profissional de comunicação após a publicação de reportagens em maio deste ano mediante convite da Tools for Humanity para evento nos EUA.

“Quando recebi o convite, em meados de maio e abril, resolvi ir cobrir o evento de lançamento da plataforma nos EUA. Eu atuava como editora e frequentemente recebemos convites, inclusive não foi a única viagem que fiz. Eles trabalham com agência e uma assessoria da própria empresa, então fomos convidados de duas formas e como nós sempre cobrimos criptomoedas e somos conhecidos por materiais sobre tecnologia, fomos”, explicou ao ser questionada sobre como foi o contato e abordagem.

Mariana Martucci contou também que o convite da empresa englobava os custos da viagem, como passagem, hospedagem e alimentação. Durante a oitiva, ela afirmou que não houve nenhum outro contato posterior a publicação das reportagens e rechaçou a possibilidade de que os textos teriam sido uma forma de publicidade.

“Não houve pagamento para publicação, foi um convite e uma escolha da revista Exame, conforme nossa linha editorial. Pessoalmente, eu queria entender ainda como funcionava a tecnologia e o ecossistema dentro do aplicativo, sou uma entusiasta, inclusive participei do escaneamento por lá. Não me arrependo, mas entendo que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) não atinge toda a parcela da população, há uma lacuna principalmente entre os mais vulneráveis.”

Depois de ouvir o depoimento, o parlamentar Gilberto Nascimento destacou à Rede Câmara SP que as falas foram importantes para ampliar o entendimento da CPI. “A profissional foi convidada para cobrir um evento de apresentação, inclusive, de parcerias comerciais, com a presença do Match Group, dono do Tinder, e a Visa. Quando falamos da bandeira de cartões, claro que existe uma expectativa de operacionalização, eles queriam ser o meio de pagamento para pessoas que venderam a íris. Por isso, é fundamental entender o modelo, pois pode ser o próximo passo deles por aqui.”

Requerimentos

O encontro do colegiado colocou em discussão três requerimentos, todos foram aprovados pelos integrantes. Um deles solicita informações às Subprefeituras sobre eventuais fiscalizações e contato com empresas terceirizadas que teriam feito negócios com a investigada.

Um documento também convidou representantes do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores) e da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa a fim de serem ouvidos pela CPI. Um processo da ANDP (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) trouxe preocupações do setor à proteção de dados e recompensa financeira pelo escaneamento de íris.

Por fim, os parlamentares aprovaram o convite ao representante da empresa Festejola, citada no depoimento de Dalva Marques Rodrigues da Silva, coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Subprefeitura Freguesia/Brasilândia. A empresa atuava como intermediadora da Tools for Humanity ao alugar espaço para a realização do procedimento de escaneamento.

Presidente da CPI da Íris, a vereadora Janaina Paschoal (PP) resumiu os documentos comentando que pretende saber se houve fiscalização e autuação em unidades da Tools for Humanity a fim de identificar quais são as empresas e as pessoas responsáveis. “Quanto ao depoimento da Mariana Martucci são apontamentos interessantes, como o posicionamento da empresa que opera com tranquilidade. Existe ainda uma contradição, pois ninguém explicou o porquê da identidade. Se o escaneamento é feito sem nenhuma utilidade, como afirmam, porque existe uma divisão dos dados para não haver armazenamento”, questionou e concluiu que a empresa precisa trazer detalhes.

Participaram da reunião que está disponível na íntegra no vídeo abaixo: Janaina Paschoal (PP) – presidente, Gilberto Nascimento (PL) – vice-presidente, Ely Teruel (MDB) – relatora, João Ananias (PT) e Silvão Leite (UNIÃO).

É importante ressaltar que a CPI da Íris possui um canal específico para coletar contribuições e manifestações dos munícipes sobre o objeto de investigação do colegiado. O espaço para contribuições está disponível na página da CPI dentro do Portal da Câmara.

 

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