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CPI da Íris colhe depoimentos de representantes da empresa Tools for Humanity no Brasil

Por: MURILO RINCON
DA REDAÇÃO

19 de agosto de 2025 - 16:21
Reunião de 19 de agosto da CPI da Íris da Câmara de São PauloDouglas Ferreira | REDE CÂMARA SP

Nesta terça-feira (19/8), os vereadores que compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Íris ouviram dois representantes da Tools for Humanity, no Brasil, empresa responsável pelo projeto de escaneamento da íris humana intitulado “World ID”. O grupo ainda aprovou um requerimento que intima Anna Carvalhido, responsável pelo setor de relações governamentais da empresa, para ser ouvida pela CPI em data ainda a ser agendada.

O objetivo do colegiado é apurar a atuação da Tools for Humanity ao oferecer recompensas financeiras para realizar o escaneamento da íris de cidadãos paulistanos.

Depoimentos

O gerente de operações da Tools for Humanity no Brasil, Rodrigo Tozzi, garantiu que a empresa não armazena dados biométricos dos usuários e negou que haja qualquer tipo de comercialização das informações coletadas a partir do escaneamento da íris.

Segundo ele, o objetivo do projeto é comprovar a humanidade, armazenando apenas um código criptografado em servidores de universidades parceiras. “O projeto World, ele está criando a oportunidade para as pessoas terem uma credencial digital que pode provar que eles são humanos na internet e não robôs ou inteligência artificial, afim de aumentar a segurança dessas pessoas na internet”, explicou Rodrigo Tozzi, citando um exemplo de um caso que aconteceu nos EUA.

“Recentemente, um americano usou a inteligência artificial para criar música, e colocou essas músicas nos aplicativos de streaming. Em seguida, ele também criou milhares de robôs, que a gente chama de bots, que entravam nessas plataformas, ficavam escutando e dando like nas músicas que foram criadas por ele. Como esse acesso foi muito intenso e muito rápido, o algoritmo das plataformas entendeu que essas músicas estavam viralizando, que as pessoas estavam gostando, e colocaram essas músicas nas listas de mais escutadas. A partir daí, pessoas reais passaram a ouvir as músicas. Esse americano, ele foi remunerado pela plataforma e faturou, se não me falha a memória, algo em torno de 10 milhões de dólares, usando uma fraude através de robôs. A nossa solução poderia solucionar esse tipo de problema”, acrescentou.

Rodrigo Tozzi também compartilhou com os vereadores que, hoje, a empresa Tools for Humanity opera em mais de 20 países, como EUA, Coreia, Japão, Chile, Argentina, México, Portugal e Áustria. Afirmou ainda que, no mundo, mais de 15 milhões de pessoas já tiveram a íris escaneada, sendo 500 mil só aqui no Brasil.

A diretora-geral da Tools for Humanity no Brasil, Juliana Felippe, responsável por fortalecer parcerias estratégicas, conduzir a operação e atuar como representante institucional da iniciativa no país, também foi ouvida e deu seu depoimento como usuária do serviço. Ela afirmou que participou do procedimento de escaneamento da íris antes de ser contratada pela empresa, no início do ano.

“Eu tive uma experiência muito tranquila. Baixei o App no meu celular, me cadastrei com a minha data de nascimento – já que o projeto é para maiores de 18 anos – e fiz o agendamento na unidade da Vila Leopoldina. Lá, checaram o meu documento para verificar a maior idade, assisti a um vídeo educativo explicando como funcionava o projeto, escaneei o QR-Code na Orb [equipamento que se assemelha a uma câmera fotográfica de alta resolução, que captura uma imagem do rosto e do olho da pessoa], fiz o escaneamento e gerou no meu aplicativo um código binário. Eu saí dali, assisti a um outro vídeo educativo e fui embora”, contou Juliana, afirmando que confia no projeto e no propósito dele. “O objetivo do projeto é que, realmente, no futuro, as plataformas ofereçam uma camada adicional de segurança para os seus clientes, garantindo que eles possam dizer se são humanos ou não”, concluiu.

Os vereadores também questionaram os representantes da empresa sobre a finalidade, a segurança e o compartilhamento desses dados coletados no projeto, bem como os riscos para a saúde ocular da população. Todos os questionamentos foram respondidos durante a reunião.

Depois de ouvir os depoimentos, as vereadoras Janaina Paschoal (PP), presidente da CPI, e Ely Teruel (MDB) – relatora, fizeram as suas análises sobre o que foi dito pelos representantes da empresa.

“Foi uma reunião muito esclarecedora porque nós conseguimos confirmar, por exemplo, que a Tools não tem uma formalização oficial no Brasil. Mesmo esses senhores que estiveram aqui hoje representando a empresa, são contratados por uma outra empresa. A Tools também contrata várias empresas para poder firmar os contratos de aluguel, para fazer a contratação de colaboradores, então, não existe uma identidade da Tools for Humanity no Brasil”, destacou a vereadora Janaina Paschoal.

Os vereadores também solicitaram aos representantes a entrega de outras documentações, com o objetivo de esclarecer a atuação da empresa na cidade e no país. “A gente tem até outubro para ouvir, relatar, reunir documentos e para discutir entre nós. A empresa afirmou aqui, hoje, que se trata de um investimento. As pessoas que participaram disso e foram ouvidas aqui alegaram que não estavam cientes disso. A gente precisa ouvir mais pessoas para conseguir entender tudo isso e fechar o nosso relatório junto a comissão”, comentou a vereadora Ely Teruel.

Além das vereadoras, participaram da reunião – que pode ser conferida na íntegra no vídeo abaixo – os vereadores: Gilberto Nascimento (PL) – vice-presidente, Kenji Ito (PODE) e João Ananias (PT).

É importante ressaltar que a CPI da Íris possui um canal específico para coletar contribuições e manifestações dos munícipes sobre o objeto de investigação do colegiado. O espaço para contribuições está disponível na página da CPI dentro do Portal da Câmara.

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