A Câmara Municipal de São Paulo concedeu na noite desta sexta-feira (17/10) a Salva de Prata ao ICB (Instituto Cigano do Brasil). A Sessão Solene foi conduzida pelo presidente do Legislativo paulistano, vereador Ricardo Teixeira (UNIÃO). O parlamentar é o autor da iniciativa.
“A nossa cidade tem uma diversidade que outro lugar não tem. Esse povo que é muito antigo no nosso planeta, que tem toda uma história pelo mundo, chegou no Brasil há centenas de anos e nunca houve esse reconhecimento. A cidade de São Paulo, hoje, reconhece o trabalho, o amor e o carinho. Todos são brasileiros, estão todos aqui há muito anos, são visíveis. E esta honraria fala isso para eles agora”, afirmou o presidente do parlamento paulistano.
O ICB foi fundado em 2018 pelo cigano e ativista Paulo Cavalcante – hoje vice-presidente do ICB. O instituto é uma organização não governamental, sem fins econômicos. A entidade oferece serviços gratuitos e permanentes para pessoas da etnia cigana, como, por exemplo, Calons, Rons e Sintis – especialmente aos que estão em situação de vulnerabilidade social ou tenham os direitos violados.
Para o presidente do ICB, Marcelo Cavalcante, receber a honraria representa um marco para os ciganos. “É um momento histórico e importante para toda população cigana do país. É a primeira organização de povos ciganos a receber essa honraria e isso tem um significado muito importante. Somos um povo que historicamente viveu invisibilizado e, de certa forma, criminalizado. Esse reconhecimento da cidade de São Paulo é um marco. Estamos fazendo história hoje”.
A organização desenvolve programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, desenvolvimento econômico, segurança alimentar, arte, cultura e controle social. Um dos objetivos do trabalho é defender os direitos fundamentais dos povos ciganos.
Autoridades prestigiaram a sessão. Entre elas, a coordenadora de Políticas para LGBTI+ da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Léo Áquila. “Estamos olhando para os ciganos, uma comunidade que assim como a nossa LGBT também sofre todo tipo de exclusão, de preconceito, não são contemplados, não são vistos, são invisibilizados. Precisamos romper com isso. Eu parabenizo a iniciativa e fico muito feliz em saber que eu não preciso ser cigana para proteger, ajudar e apoiar os ciganos, assim como os ciganos não precisam ser pessoas trans para proteger e apoiar pessoas trans”.
Confira o evento na íntegra neste vídeo.