Representantes de bares e adegas fiscalizadas em São Paulo depuseram aos integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Pancadões durante a reunião desta quinta-feira (6/11). Os estabelecimentos também são alvo de investigação por venda de bebidas adulteradas e os representantes serão chamados pela CPI do Metanol.
Oitivas
Proprietário e gerente do Empório Santos, cidade Dutra, zona sul, estiveram presentes. Ricardo Pereira, que é dono do local há 9 anos, prestou depoimento. Os representantes legais foram chamados devido ao estabelecimento ser investigado pela venda de bebidas falsificadas e contaminação por metanol. Segundo o dono do local, ele foi informado por advogados que a perícia realizada nas bebidas não constatou a adulteração de produtos vendidos no espaço.
Sobre a realização de pancadões e a perturbação do sossego respondeu: “Não permitimos barulho. Já houve situações em que pessoas chegaram no local querendo ocupar o local e fazer uma festa, mas não deixo ninguém fazer bagunça, existe um respeito desde o início. Eu mesmo já fui da área de segurança e prezo por uma situação tranquila. Tem som ambiente, música ao vivo, mas acaba no máximo às 22h.”
A CPI ainda colheu o depoimento de Fagne Santos, responsável legal pelo bar Ministrão, na Alameda Lorena, região do Jardins, zona oeste de São Paulo. O local, administrado pelo mesmo grupo há 6 anos, foi interditado no final de outubro após ser alvo de uma operação da Polícia Civil e das vigilâncias sanitárias do Estado e Prefeitura. O ponto comercial é suspeito de ter vendido bebidas alcoólicas contaminadas com metanol.
Vereadores
A vereadora Amanda Paschoal (PSOL) comentou a participação de responsáveis por bares e adegas em reuniões da Comissão Parlamentar. “A CPI tenta analisar a relação dentro de movimentos irregulares com as próprias adegas. É importante ouvi-los para justamente desmistificar e abordar a relação dos estabelecimentos com a economia que movimenta estas festas. Queremos entender o direito daqueles que precisam descansar e daqueles que sobrevivem a partir dos fluxos.”
Já o vereador Sargento Nantes (PP), autor do convite de um dos presentes nesta reunião, explicou que aproveitou o depoimento de Ricardo Pereira para obter informações sobre como proprietários podem dificultar a realização de festas nos arredores de estabelecimentos. “Achei interessante o método combativo dele, pois, muitas vezes, os donos dizem que não conseguem controlar o fluxo. É possível sim controlar o entorno do ambiente.”
O grupo de vereadores que investiga possíveis omissões dos órgãos públicos municipais na fiscalização de perturbação do sossego, especialmente no combate a festas clandestinas e pancadões realizados no município de São Paulo, ainda apreciou requerimentos. Foram intimados mais cinco donos de bares e adegas da cidade. Eles são das regiões da Vila Clara, distrito de Cidade Ademar, e Campo Limpo, ambos na zona sul; além de um comércio do Butantã.
A reunião da CPI dos Pancadões, que pode ser vista neste link, foi conduzida pelo vereador Rubinho Nunes (UNIÃO) – presidente. Além dos vereadores Amanda Paschoal (PSOL) e Sargento Nantes (PP), a reunião contou também com a presença do vice-presidente do colegiado, Kenji Ito (PODE).
