Os agentes da Covisa não têm conhecimento técnico para fiscalizar o funcionamento das máquinas das lavanderias a seco. Eles também não fiscalizam a cada três meses as lavanderias que funcionam em shoppings centers nem a cada seis meses as empresas que se localizam em ruas. As lavanderias a seco utilizam nas lavagens um solvente chamado cloroetileno (TCE), produto que durante o seu uso emana gases cancerígenos. Inalado pode produzir efeitos adversos no sistema nervoso central, fígado e pulmões e batimento anormal do coração, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As informações foram dadas pelo presidente da Associação Brasileira de Limpeza a Seco, Nelcindo Antonio do Nascimento, e pelo representante do Sindicato de lavanderias e Similares no município de São Paulo (Sidlav), Edson Di Nardi, que prestaram esclarecimentos, nesta terça-feira (10/08), aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar e apurar eventual deficiência no desempenho da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).
Após ouvir os depoimentos, a vereadora Sandra Tadeu (DEM) desabafou: “Nós vereadores precisamos melhorar o orçamento da Covisa, pois ela se encontra desprotegida. E, em consequência, a saúde da população também. Não porque seus técnicos não tenham competência, mas porque não tem infraestrutura suficiente para realizar uma fiscalização adequada”.
Contaminação
Já o vereador Paulo Frange (PTB) disse que no mundo inteiro já se tratou desse assunto com responsabilidade, mudando o tipo de equipamento de lavagem a redução do produto foi de 70%. "No Brasil, a lei é clara desde 2004 para que os equipamentos sejam herméticos, ou seja, absolutamente fechados para que não contamine o meio ambiente. Isso não vem acontecendo”, disse Frange
De acordo com o parlamentar, “o grande problema é quando essas lavanderias estão em ambientes fechados, como shoppings centers – e grande parte delas está ou até mesmo em supermercados. As máquinas deixam vazar esse produto derivado de amônia dentro desse espaço, onde a circulação do ar condicionado é para todos e, portanto, leva risco a terceiros, além do risco que oferece ao operador que nem sempre está paramentado como determina a legislação”.
Outro problema são as lavanderias convencionais que utilizam água na lavagem. “Nós não temos segurança de quem é que cuida do efluente, ou seja, da água suja da lavagem que sai dessas lavanderias. Também não temos segurança de onde essa água é tirada. É água da Sabesp ou de poços clandestinos, já que alguns foram notificados pelo Daee e pela Cetesb para serem fechados?”, questionou Paulo Frange.
Participaram da reunião os seguintes vereadores: Aurélio Miguel (PR), Paulo Frange (PTB), Jamil Murad (PCdoB), Sandra Tadeu (DEM), Milton Ferreira (PPS), Natalini (PSDB), José Ferreira Zelão (PT) e Police Neto (PSDB).
|
Covisa não tem estrutura para fiscalizar lavanderias
Categorias
Outras notícias relacionadas
Mesmo intimados, executivos do setor imobiliário não comparecem à reunião da CPI HIS
Três executivos do setor imobiliário intimados pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) HIS a prestarem esclarecimentos não compareceram à reunião desta quinta-feira (11/12). Eles fazem parte de uma lista de 14 empresários sob risco de serem levados à força para depor ao colegiado da Câmara Municipal de São Paulo. A principal ausência, de acordo com... »
Atualizado em 11/12/2025 - 17h25CPI Pantanal: Secretaria ligada ao Ministério das Cidades expõe modelos de financiamento para obras públicas com aporte federal
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) Pantanal recebeu nesta quinta-feira (11/12) o coordenador-geral de Planos de Mitigação e Prevenção de Riscos da SNP/MCID (Secretaria Nacional de Periferias/Ministério das Cidades). Leonardo Santos Salles Varallo contribuiu com o trabalho do colegiado durante uma hora e meia de depoimento. O especialista trouxe um panorama técnico sobre o problema... »
Atualizado em 11/12/2025 - 14h41Catorze executivos do setor imobiliário estão sob risco de serem levados à força para depor na Câmara de SP
Pelo menos 14 empresários ou executivos do setor imobiliário estão sob o risco de condução coercitiva até a Câmara Municipal de São Paulo por não terem cumprido intimações para prestar depoimentos à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura fraudes relacionadas às habitações de interesse social. Condução coercitiva é uma medida usada para levar, à... »
Atualizado em 09/12/2025 - 17h35

