Câmara de SP entrega Salva de Prata à Associação Popular de Saúde; instituição presta serviço voluntário na zona leste há 50 anos

Por: ELYS MARINA
DA REDAÇÃO

13 de dezembro de 2025 - 21:51
Seis homens e uma mulher posam em pé em um ambiente interno. Um homem segura uma placa de homenagem aberta. Ao fundo, parede clara, imagem religiosa e velas coloridas. Iluminação suave e clima formal.Lucas Bassi / REDE CÂMARA SP

Em Sessão Solene na noite deste sábado (13/12), a Câmara Municipal de São Paulo entregou a Salva de Prata à Associação Popular de Saúde pelo atendimento médico voluntário de Cangaíba – zona leste da capital paulista. A homenagem foi concedida pelo vereador Eliseu Gabriel (PSB)

O parlamentar ressaltou o trabalho voluntário oferecido aos moradores da região de Cangaíba. “São 50 anos fazendo isso de graça. É uma coisa fantástica, a cidade tem de reconhecer. Eles são chamados de voluntários de Cangaíba. Inclusive, foram pioneiros em vários movimentos para a melhoria da saúde na cidade. Só aqui na região, conseguiram mais de 20 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), foram precursores do Programa Médico da Família”.

A cerimônia aconteceu na Paróquia Bom Jesus do Cangaíba. Porém, antes da entrega da honraria foi realizada uma missa presidida pelo cardeal Dom Odilo Scherer como parte das festividades pelos 50 anos do serviço voluntário prestado à comunidade.

A Associação Popular de Saúde foi fundada na década de 1970, época em que havia carência de serviços públicos de saúde e de forte demanda social por atendimento digno e humanizado. Diante das dificuldades, profissionais de diversas áreas, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos se uniram para construir um projeto pioneiro, que viria a anteceder o atual Programa de Saúde da Família e se tornaria referência nacional em voluntariado e compromisso social.  

Um dos médicos voluntários que iniciaram o projeto é o ex-vereador Gilberto Natalini. De acordo com Natalini, ao longo das cinco décadas de trabalho foram realizadas aproximadamente 150 mil consultas. “Além do trabalho de atendimento médico, de remédio, de exames e de cirurgia, nós começamos junto com o atendimento uma grande movimentação social na luta por melhores condições de saúde na região”.  

Presidente da associação, o médico Henrique Sebastião Francé falou sobre o reconhecimento recebido da Câmara Municipal de São Paulo. “Ficamos satisfeitos com a homenagem. Isso nos anima a continuar. Obviamente, fazemos esse trabalho sem esperar nada de ninguém. Ficamos felizes com a gratidão de todos e estimulados a continuar”.

O médico Walter Feldman, que fez parte da Associação Popular de Saúde, também acompanhou o evento. Ele relembrou o período em que o trabalho voluntário se iniciou na região. “Eram tempos difíceis, era 1976, em plena Ditadura Militar. Nós, médicos da Escola Paulista de Medicina, eu ainda estudante , acompanhamos o líder Gilberto Natalini que tinha uma proposta de fazer medicina popular aqui na zona leste de São Paulo”.

Além da Salva de Prata à associação, também foram homenageados com o voto de Júbilo os médicos Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros e Nacime Salomão Mansur. 

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