Bolivianos ficam divididos sobre estrutura de feira no centro de SP

Por: - DA REDAÇÃO

30 de maio de 2017 - 15:27

Luiz França/CMSP

Bolivianos que trabalham na tradicional feira da rua Coimbra, na região do Brás, centro de São Paulo, apresentaram opiniões diferentes sobre a estrutura do local. Durante a reunião desta terça-feira (30/5) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Migração, alguns feirantes elogiaram e outros criticaram a Assmppbol (Associação de Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra).

A feirante Neidy Dourado revelou que os integrantes da Assmppbol foram escolhidos sem que houvesse a concordância de todos e que ela teria sofrido agressão por questionar a taxa semanal cobrada pela associação. “Fui agredida pelos seguranças porque disse que não iria mais pagar os R$ 25 sem saber como o dinheiro está sendo usado”, detalhou.

A convidada ainda relatou que algumas pessoas têm mais de um local para trabalhar. “Alguns têm muitos pontos por relações políticas e não tem nenhuma fiscalização”, disse Neidy.

O ex-presidente da Assmppbol Luís Vasquez Mamani criticou a feirante e classificou os argumentos dela de “mentirosos”. “É tudo mentira o que ela [Neidy] contou. A associação foi feita com a participação de todos e os R$ 20 que cobramos por semana servem para limpar a rua e colocar segurança”, rebateu.

As divergências entre os feirantes motivou o vice-presidente da CPI, vereador Fernando Holiday (DEM), a apresentar um requerimento para a realização de uma diligência na feira. “Estamos recebendo muitas denúncias de agressões e irregularidades na feirinha e devemos fazer a diligência para ouvir mais pessoas. Isso vai permitir que o nosso relatório fique completo”, sugeriu.

O presidente da CPI, vereador Eduardo Suplicy (PT), acha fundamental essa visita. “Tudo o que houve de denúncia pode ser objeto de investigação da nossa comissão. O que puder fazer para harmonizar essa disputa entre os bolivianos, me disponho a fazer porque todos têm o direito de ser tratados com respeito”, disse.

Requerimentos

A CPI da Migração aprovou ainda requerimentos para que o secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, e o prefeito regional da Móoca, Paulo Sérgio Criscuolo, venham prestar esclarecimentos aos vereadores sobre suas ações para os imigrantes.

 

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