Ações para combater o bullying são discutidas na Câmara

Por: - DA REDAÇÃO

20 de outubro de 2017 - 18:23

Luiz França/CMSP

Estudo aponta que 20% dos estudantes já praticaram bullying

Os casos de bullying aumentam a cada dia no Brasil. De acordo com um estudo – com mais de 100 mil alunos de escolas públicas e particulares de todo o País – feito pelo Ministério da Saúde e aplicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20% dos estudantes já praticaram esse tipo de agressão.

Para chamar a atenção da sociedade para o problema, o Movimento Brasil Sem Bullying realizou nesta sexta-feira (20/10), Dia Mundial de Combate ao Bullying, um debate na Câmara Municipal de São Paulo com professores e especialistas no assunto.  O evento contou com o apoio do vice-presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB).

A terapeuta familiar Cristiane Almeida foi uma das convidadas. Ela contou como ajudou seu filho a superar o bullying. “O meu filho começou a dizer ‘não quero ir para a escola’ constantemente. E o humor começou a mudar. Alguns dias ele estava calmo e outros bravo. Eu nunca imaginei o que estava acontecendo. No entanto, resolvi levá-lo ao psicólogo e o profissional revelou que ele estava passando por bullying”, disse.

Para ela, o diagnóstico foi uma surpresa. “Achei que não passava de manha de criança. Até que descobri que ele sofria agressões moral e física. Jogavam as coisas dele fora e batiam nele. Precisei tirar meu filho do colégio e levá-lo por muito tempo para fazer tratamento psicológico”, detalhou Cristiane.

O caso da terapeuta familiar é um dos mais comuns. De acordo com a idealizadora do Movimento Brasil Sem Bullying, Cléo Fante, não é simples identificar o problema. “As crianças, realmente, às vezes, não querem ir à escola. Mas se a recusa se tornar constante e o rendimento e entusiasmo caírem, os pais precisam procurar a escola para ver se ela tem a mesma observação”, afirmou.

A autora do livro “Bullying Escolar: prevenção, intervenção e resolução com princípios da Justiça Restaurativa”, Aloma Ribeiro Felizardo, participou do debate. “As crianças vão se isolando, ficando depressivas e acabam buscando grupos na Internet que incitam o sofrimento, de modo que muitas chegam até a se cortar para se sentirem pertencentes a determinados grupos”, justificou.

O chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Wilson Levy, falou sobre a importância de ações dentro das escolas para evitar o bullying. “Estamos trabalhando no fortalecimento dos laços das comunidades escolares. Fortalecendo o grêmio estudantil e o conselho de escola. A associação de pais e mestres, faz a interface da escola com a comunidade. Acredito que a municipalidade tem como foco da política pública o enfrentamento desse problema, que demanda a participação de todos”, argumentou.

A professora Elenice da Silva elogiou a iniciativa. “O assunto passou a ser mais discutido e as escolas estão realizando muitas ações educativas, que fazem com que os alunos tenham uma maior consciência”, contou.

A idealizadora do debate considerou importante a discussão. “Esperamos que a partir de agora o movimento cresça e que possamos estabelecer parcerias com escolas particulares e públicas, em que possam nos dar apoio nessas ações”, disse Cléo.

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