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Inezita Barroso, a princesa caipira

Paulistana quatrocentona referência da música de raiz, Inezita é a única personalidade a virar nome de prêmio na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa
Tempo estimado de leitura: 12 minutos

Viola, Minha Viola

Texto: Fausto Salvadori | fausto@saopaulo.sp.leg.br

Talentosa, destemida e de família rica, Ignez Magdalena Aranha de Lima poderia ter sido o que quisesse. Escolheu ser caipira. E nisso fez toda a diferença.

Com o nome de Inezita Barroso, tornou-se uma das maiores referências da cultura caipira, não só como cantora, instrumentista, folclorista e pesquisadora, mas também como agitadora cultural à frente do programa Viola, minha viola, na TV Cultura, que comandou por 34 anos e só largou dois meses antes de morrer, aos 90 anos.

O papel de Inezita como divulgadora da música caipira foi tão relevante que alguns artistas atribuem a ela a própria sobrevivência do gênero. “A Inezita é a grande responsável pela existência da música caipira nos dias de hoje. Se não tivesse o Viola, tinha acabado a música caipira”, afirma a cantora e sanfoneira Adriana Sanchez, no documentário Inezita (2018).

Por tudo isso, se não tivesse feito outra coisa na vida além de comandar o Viola, minha viola, Inezita já mereceria um lugar de destaque na história cultural brasileira. Mas o programa foi apenas a coroação de uma longa trajetória vivida pela artista.

‘Prefiro ser caipira’

Uma trajetória iniciada em 4 de março de 1925, quando Ignez Magdalena nasceu, dentro de casa, na Rua Lopes de Oliveira, Barra Funda, zona oeste da capital paulista, em uma Quarta-Feira de Cinzas. O primeiro som que a bebê ouviu foi a batucada do bloco carnavalesco Cordão da Barra Funda, antecessor da escola Camisa Verde e Branco, que passava pela rua no momento do parto.

Pelo lado da mãe, Ignez vinha de uma família de fazendeiros que se orgulhava de carregar nas veias o sangue do bandeirante João Ramalho, como de praxe entre as famílias tradicionais paulistanas. O pai, vindo do Pará, era diretor da poderosa Companhia Estrada de Ferro Sorocabana.

“Apesar de ser vista como uma caipira de raiz, você é na verdade uma paulistana quatrocentona, não é?”, provocaria o diretor e ator Antônio Abujamra numa entrevista com Inezita, nos anos 2000. “Eu sou as duas coisas”, ela respondeu. Mas deixou claro que a identidade escolhida a agradava mais do que a herdada: “Prefiro ser caipira. Porque há mais amor e mais coisas bonitas”. E desdenhou, rindo, do legado de família tradicional: “É muito bolor em cima de mim”.

Inezita aos dois anos: moleca e bagunceira
Inezita aos dois anos: moleca e bagunceira

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

Na infância, Ignez foi uma moleca, encarada com desaprovação pelas “tias carolas”, que deixava de lado as bonecas e preferia brincar na rua empinando pipa e jogando futebol ou bolinha de gude com os primos e a molecada dos cortiços dos bairros próximos. Passava as férias nas fazendas dos tios no interior de São Paulo, onde se encantou ao conhecer a cultura caipira: as modas de viola, as festas juninas, as Folias de Reis e do Divino, os causos contados pelos matutos.

A moleca era também uma menina-prodígio, que embasbacava os adultos quando subia na mesa e cantava canções ou declamava poemas nos saraus que a família fazia em casa. Também provocava constrangimentos ao cantar os tangos que ouvia no gramofone dos tios, com letras sobre noitadas e cabarés que não assentavam bem para uma menina de família com apenas seis anos de idade.

Percebendo a fome por arte que a menina sentia, os pais trataram de matriculá-la em uma academia de música, dirigida pela professora Mary Buarque, com quem Ignez aprendeu muita coisa, mas não tudo. “Foi ela quem me abriu as primeiras portas, me ensinou declamação, dicção, violão, boas maneiras. Com ela aprendi o que era necessário para ser uma moça fina. Quer dizer… quase tudo. Nunca consegui aprender muito bem as tais boas maneiras…”, relatou ao jornalista Arley Pereira em Inezita Barroso: a história de uma brasileira.

O sucesso da caipira

Aos 8 anos, enquanto patinava com uma prima pelas ruas da Barra Funda, a pequena Ignez gostava de ir até a Rua Cosme Lopes para ver passar “um senhor grandão, sério, de óculos redondos”. Passou a admirá-lo depois que uma de suas tias, que havia sido aluna daquele senhor, contou quem ele era: “um escritor conhecido, que saía nos jornais e que viajava pelo Brasil pesquisando sobre música e costumes do nosso povo”.

Anos depois, após ingressar na primeira turma de Biblioteconomia da Universidade de São Paulo (USP), fez estágio na biblioteca da faculdade e, ali, pode ler todas as obras de Mário de Andrade. O seu antigo vizinho de óculos redondos veio a se tornar o “grande mestre inspirador” de Inezita, por causa do “espírito de pesquisa e amor pelas coisas brasileiras”, conforme ela relatou a Valdemar Jorge no livro Inezita Barroso: com a espada e a viola na mão. Anos depois, gravaria algumas das músicas folclóricas recolhidas pelo escritor em suas andanças pelo Brasil e também Viola quebrada, única canção composta pelo modernista.

Casamento de Inezita
A artista casou-se em 1947, aos 22 anos

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

No Clube Paulistano, espaço da elite da capital onde fazia natação, Ignez conheceu um estudante de Direito do Largo São Francisco, chamado Adolfo Cabral Barroso. Após quatro anos de namoro, e já formada em Biblioteconomia, casou-se em 1947. Dois anos depois, deu à luz sua única filha, Marta. 

A vida de casada e mãe de família, porém, não confinou Ignez numa vida de senhora recatada do lar, como acontecia com tantas mulheres brancas da época. Pelo contrário. A família de Adolfo era ligada às artes e o casal gostava de receber em casa atores e músicos. Nesses encontros, ela costumava tocar e cantar. Daí passou para recitais amadores em teatros e boates. 

O vozeirão de contralto que enchia as casas onde se apresentava, a presença de palco e a habilidade com o violão chamaram a atenção e lhe renderam os primeiros convites para trabalhos profissionais. Foi quando sua carreira deslanchou nos palcos, nos discos, no rádio e na televisão.

‘Prosa de homem nunca dei valor’

Em 1951, Inezita gravou seu primeiro disco, um 78 rotações — parecido com o que hoje se chamaria de single, com duas músicas —, que pouca gente ouviu. No mesmo ano, estreou como atriz, atuando como uma violeira atrevida em uma grande produção do cinema, o filme Ângela (1951), do estúdio Vera Cruz. No ano seguinte, fez sua primeira apresentação musical como profissional, recebendo cachê, no Teatro Santa Isabel, no Recife (PE).

Entrou para a Rádio Nacional e, em 1953, conquistou pela primeira vez um grande sucesso comercial com um disco. Era um outro 78 rotações, que trazia no lado A, como principal atração, Moda da pinga, uma celebração bem-humorada das maravilhas e desconfortos da cachaça, que Inezita havia recolhido das rodas de viola dos colonos das fazendas dos seus tios e se tornaria sua interpretação mais conhecida. Sem nada planejado para o lado B, recebeu a ajuda de um amigo, o estreante Paulo Vanzolini. Ele a presenteou com um samba-canção sobre uma mulher que ronda os bares em busca de um homem por quem está apaixonada e a quem pretende assassinar. Era Ronda, que virou um clássico do cancioneiro boêmio, até hoje presença indispensável no repertório de qualquer cantor de boteco que se preze.

Para os que se incomodavam ao ver uma mulher cantar sobre bares e bebedeiras, a resposta estava num dos versos da versão de Inezita para a Moda da pinga: “Prosa de homem nunca dei valor”.

Tanto não dava valor que em 1956 se separou do marido e nunca mais se casou. “Se com quatro anos de namoro, mais noivado e casamento, não deu certo, eu tinha medo de quebrar a cara novamente”, relatou a Arley Pereira.

Em foto de 1954, celebra sua canção mais famosa:
Em foto de 1954, celebra sua canção mais famosa

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

A imagem de mãe separada (ou “desquitada”, como se dizia na época), artista e boêmia era fonte de escândalo e fofocas para a mentalidade da época, mas Inezita seguiu levando a vida como queria, sem ligar para falatórios. Nunca abandonou os hábitos boêmios e gostava de encontrar os amigos em bares e restaurantes tarde da noite. Chegou a ter mesa reservada em um conhecido bar do centro de São Paulo, o Parreirinha, com uma cadeira de veludo vermelho e seu nome bordado a ouro.

A cantora de Moda da pinga era uma boêmia disciplinada, que cultivava a regra autoimposta de só consumir bebida na temperatura ambiente para não prejudicar a voz: sua cerveja estava sempre morna e o uísque não podia ter gelo. O que não quer dizer que bebesse pouco. Já bisavó, teve uma vez em que pediu uísque caubói e o garçom, que não a conhecia, achou melhor entregar uma dose minúscula, por se tratar de uma senhora. Inezita não se fez de rogada e questionou: “Esse caubói é anão?”.

Ascensão e queda

Os anos 50 representaram o auge da popularidade de Inezita Barroso entre o grande público. Sucesso nas rádios, na TV e no cinema, lotava casas de espetáculo em diversas partes do País com sua voz inesquecível, que o compositor Jean Garfunkel, décadas depois, descreveria, na canção Linda Inezita, como “uma fonte de luz cristalina que brota da mina das cordas vocais”.

Vamos falar de Brasil
“Vamos falar de Brasil”

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

Entre 1954 e 1962, apresentou na TV Record o programa Vamos falar de Brasil, primeiro dedicado inteiramente a atrações musicais. Exibia gêneros folclóricos de diferentes partes do País e se vestia conforme cada um, alternando, por exemplo, um traje de baiana com bombachas de gaúcho. “Em cada programa, Inezita apresentava-se em cinco cenários diferentes, com cinco trajes diferentes, cantando cinco gêneros de música diferentes”, recorda o produtor Eduardo Moreira, no documentário Inezita.

Lançava um disco atrás do outro, aproveitando repertórios de diferentes regiões do Brasil — um de seus álbuns, Danças Gaúchas, foi adotado em escolas do Rio Grande do Sul. Ganhou sete vezes o Troféu Roquette Pinto de melhor intérprete, a ponto de conquistar o status de hors-concours da premiação. Apresentou-se para o presidente Juscelino Kubitschek, que a acompanhou noite adentro, ao violão, no Palácio do Alvorada.

Menos conhecida, sua atuação como atriz de cinema também foi marcante. Participou de sete longas-metragens de 1951 a 1959, entre eles Destino em apuros (1953), o primeiro filme colorido do Brasil, e Mulher de verdade (1954), pelo qual recebeu os Prêmios Saci (considerada a principal premiação cinematográfica da época) e Governador do Estado. 

Com Colé Santana em cena de “Mulher de verdade”
Com Colé Santana em cena de “Mulher de verdade”: dois prêmios de melhor atriz

Crédito: Cinemateca Brasileira

O talento de Inezita era amplo e versátil, mas sempre ligado à cultura popular brasileira, pela qual era apaixonada. Tão apaixonada que, em 1957, inventou de fazer uma viagem em um automóvel Jeep Willys pelo Brasil profundo, acompanhada apenas pelo ex-cunhado, Maurício Barroso, e pelo ator paulista Nelson Camargo, saindo de São Paulo e indo até Belém, para conhecer de perto as tradições culturais das diferentes regiões, numa espécie de versão mambembe da Missão de Pesquisas Folclóricas que um de seus mestres, Mário de Andrade, havia realizado em 1938. A própria Inezita é quem pilotava, já que seus dois acompanhantes não sabiam dirigir. A viagem terminou antes do planejado, na Paraíba, porque Inezita precisou voltar mais cedo para receber mais um Prêmio Roquette Pinto de melhor intérprete, em São Paulo.

A artista pretendia escrever um livro sobre a viagem e as descobertas que havia coletado, ao longo de 35 dias e 6.500 quilômetros de percurso. Os tempos, porém, estavam mudando. Com a chegada dos anos 60, a indústria cultural passou a receber com mais intensidade a influência estrangeira e a dar preferência para o público mais jovem. 

O rock da Jovem Guarda estava por toda parte e os vozeirões que cantavam as tradições populares agora eram vistos como antiquados. Produtores sugeriram que Inezita cantasse algo para “os jovens dançarem” e se rendesse aos modismos, mas isso foi algo que ela nunca aceitou. “Não estou cantando para ninguém dançar. Ou gravo o que eu quero, ou não gravo”, dizia.

Em 1962, revoltada com o esquecimento em que ela e a cultura popular que amava estavam sendo mergulhadas, decidiu tacar fogo em tudo. Pegou os originais do livro sem editora que havia escrito, todos os registros de tradições e todas as gravações que havia colhido na viagem, e jogou tudo na lareira de casa. Num outro momento, queimou na churrasqueira o violão favorito.

“Não vou tocar nunca mais!”, prometeu.

A volta por cima

Não cumpriu a promessa. Mesmo afastada da televisão, continuou gravando discos e fazendo shows. Para pagar as contas, deu aulas de violão em casa, muitas vezes se vendo obrigada a ensinar, a jovens alunos, as músicas da Jovem Guarda que odiava. Abriu um conservatório de música, em uma casa no Brooklin, na zona sul de São Paulo, mas não deu certo e montou no lugar um restaurante de comidas típicas e atrações musicais, a Casa da Inezita. Durou até perceber que não levava jeito para empresária e preferia continuar a viver da música, mesmo que já não rendesse tanto como antes. 

Cardápio do restaurante Casa da Inezita, fundado em 1977
Cardápio do restaurante Casa da Inezita, fundado em 1977

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

A volta ao grande público ocorreu em 1980, quando a diretora musical da TV Cultura, Nydia Licia, convidou-a para apresentar o programa Viola, minha viola, que havia estreado meses antes, inicialmente apresentado pelo compositor Nonô Brasílio e pelo radialista Moraes Sarmento. Com a saída de Nonô, Inezita fez dupla com Moraes e, após a morte dele, permaneceu como única apresentadora.

Nos anos seguintes, mais do que apresentadora, Inezita tornou-se a alma do Viola. Com 35 episódios inéditos por ano, em média, o programa escolhia os convidados cuidadosamente, buscando um equilíbrio entre novos artistas e cantores consolidados. A fórmula deu tão certo que o programa se tornou um dos mais vistos da TV Cultura e um dos mais longevos da TV brasileira. Para os apreciadores de uma boa moda de viola, assistir ao Viola virou uma obrigação. “É uma coisa que a gente fazia todo santo domingo, igual uma missa”, comentou o violeiro André Moraes na noite em que recebeu o Prêmio Inezita Barroso, sobre o qual falaremos no final desta reportagem.

A defesa da música caipira feita pelo Viola, minha viola virou uma posição de resistência frente ao sucesso avassalador da música sertaneja, versão “modernizada” e pop do antigo som de raiz que passou a ocupar todos os espaços. Ou melhor, quase todos: com Inezita o pop não tinha vez. A apresentadora é quem dava a palavra final sobre os convidados e se recusava a aceitar a música sertaneja. “Se entrar eu saio”, ameaçou mais de uma vez nos bastidores. Alguns sertanejos, como Chitãozinho e Xororó ou Roberta Miranda, até conseguiram se apresentar no Viola, mas tiveram que deixar de lado guitarras e teclados.

Inezita apresentou o programa “Viola, minha viola” por 35 anos
Inezita apresentou o programa “Viola, minha viola” por 35 anos

Crédito: Arquivo Inezita Barroso / Ocupação Itaú Cultural

A postura intransigente de Inezita contribuiu para garantir que a música caipira não fosse engolida pela trilha sonora oficial do agronegócio. “Se a música caipira resiste até hoje, devemos muito a ela, que não admitia nada fora do estilo tradicional”, afirmou Mary Galvão, da dupla Irmãs Galvão, à Revista E. A luta da artista e pesquisadora em defesa do folclore foi reconhecida pela Universidade de Lisboa, que em 2005 lhe concedeu o título de doutora honoris causa.

Inezita abraçou o Viola com todo o amor que tinha pela música. Numa ocasião em que contraiu pneumonia, fugiu do hospital e, mesmo doente, apresentou o programa do começo ao fim, inclusive cantando. Só deixou a atração no final de 2014, quando já não tinha mais saúde para permanecer. Morreu três meses depois, de insuficiência respiratória. Era 8 de março de 2015: Dia Internacional da Mulher. 

Sobre Inezita, o violeiro Dino Franco dizia que tinha um único defeito: o de ser só uma, num país que precisava de muitas como ela.

Prêmio duplo

“Eu sofri bullying na escola. Tinha 14, 15 anos e, como gostava de música caipira, me chamavam de ‘veio’”, relata o vereador Jair Tatto (PT), evidenciando o estigma que passou a cercar a música de raiz e que, não fosse a resistência de Inezita Barroso, poderia ter acabado com o gênero. A experiência o levou a perceber a importância de lutar pela preservação da cultura brasileira. “Tudo o que envolva a valorização da cultura nacional e exalte a trajetória do povo brasileiro precisa ser reconhecido publicamente. Isso faz com que os mais jovens entendam a importância de se manter as raízes da nossa cultura e tenham orgulho delas”, afirma.

Com essa ideia em mente, Tatto, juntamente com as vereadoras Edir Sales (PSD) e Ely Teruel (MDB), criaram o Prêmio Inezita Barroso, a partir de um projeto que deu origem à Resolução nº 17, de 23 de agosto de 2023, para “premiar anualmente pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram na sociedade em razão de sua contribuição à música dita caipira de raiz e qualquer outra forma de arte genuinamente popular que a complemente”.

A inspiração foi um prêmio de mesmo nome e com os mesmos objetivos instituído pela Assembleia Legislativa de São Paulo em 2016, a partir de um projeto de resolução do deputado estadual Marcos Martins. Para Tatto, as premiações se complementam: “Trazer o prêmio para a esfera municipal é uma forma de aproximar o gênero musical da nossa capital, que abriga diferentes culturas”. O deputado Martins concorda e afirma que outras cidades deveriam seguir o exemplo paulistano: “Que continue e se expanda por outras cidades, para que a nossa raiz e o nosso povo não sejam esquecidos”.

A primeira edição do prêmio foi realizada no Salão Nobre do Palácio Anchieta em 10 de março de 2025. Por meio de um vídeo, a neta mais velha de Inezita, Paula Maia, agradeceu aos vereadores e aos artistas agraciados.  “Fico contente de saber que tem muita gente que valoriza a nossa terra, a nossa cultura, a nossa música de raiz. Agradeço aos artistas que continuam com esse legado positivo que a Inezita iniciou e que isso nunca morra”, disse.

Cantadoras se apresentam na primeira edição do Prêmio, em 10/3/25
Cantadoras se apresentam na primeira edição do Prêmio, em 10/3/25

Crédito: Mozart Gomes/CMSP

A vereadora Sandra Santana contou que sentia saudade do tempo em que cresceu ouvindo música caipira na casa dos avós. “Mas não se pode viver só de saudade. A gente tem que fazer com que essa expressão se mantenha viva”, ressaltou, lembrando que é esse o papel dos prêmios Inezita.

“Quando eu penso na Inezita, na honra que é ganhar um prêmio que leva o nome dela, eu penso que por causa dela eu estou aqui hoje”, ressaltou a cantora, instrumentista e compositora Kátya Teixeira, uma das agraciadas.

Vereadores e premiados na primeira edição do Prêmio Inezita Barroso
Vereadores e premiados na primeira edição do Prêmio Inezita Barroso

Crédito: Mozart Gomes/CMSP

O prêmio trouxe um significado especial para Kátya, que cresceu nos bastidores do Viola, minha viola na TV Cultura, onde seus pais, também músicos, costumavam se apresentar. Quando estava lá, contou, costumava olhar para a figura impressionante de Inezita e pensar que, assim como aquela mulherona, ela também podia realizar os próprios sonhos. “Essa mulher abriu caminhos para todas nós podermos ser o que a gente quiser.”

Edição: Sândor Vasconcelos sandor@saopaulo.sp.leg.br

Saiba mais

Livros

JORGE, Valdemar. Inezita: com a espada e viola na mão. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012.

PEREIRA, Arley. Inezita Barroso: a história de uma brasileira. Editora 34, 2013.

Vídeos

Documentário “Inezita”, dirigido por Helio Goldsztejn

Ensaio | Inezita Barroso

Inezita Barroso | Memória Oral | TV Cultura

Mosaicos – A Arte de Inezita Barroso

Site

Itaú Cultural: Ocupação Inezita Barroso

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